O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta quarta-feira (23/10) da reunião ampliada da 16ª Cúpula dos Brics, que acontece em Kazan, na Rússia. Se recuperando de um acidente doméstico, o chefe do Executivo discursou do Palácio da Alvorada, por videoconferência.
Lula citou a fala do presidente da Turquia, Recep Erdoğan, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, e reforçou que a Faixa de Gaza “se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”.
“Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos, mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas. O que eles querem é comida farta, trabalho digno e escolas e hospitais públicos de acesso universal e de qualidade. Meio ambiente sadio, sem eventos climáticos que põem em risco sua sobrevivência. É uma vida de paz, sem armas, que vitimam inocentes”, disse Lula.
“Como disse o presidente Erdoğan na Assembleia Geral da ONU, Gaza se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo. Essa insensatez agora se alastra pela Cisjordânia e para o Líbano”, prosseguiu. O chefe do Executivo brasileiro também pediu pelo fim da escalada da violência no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
“No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns”, pontuou.
O presidente se recupera de uma queda sofrida no último sábado (19/10), no banheiro de casa. Lula teve traumatismo craniano e um pequeno sangramento no cérebro. O acidente levou ao cancelamento da viagem que faria à Rússia.
Apto a trabalhar
Em exames realizados nessa terça-feira (22/10), os médicos avaliaram o quadro como “estável” e que ele está “apto” para “exercer sua rotina de trabalho”. O presidente deve passar por uma nova bateria de exames na sexta-feira (25/10).
Um dos temas centrais da cúpula dos Brics neste ano é a criação de uma nova categoria de países parceiros. O bloco foi expandido na última reunião de líderes, realizada na África do Sul, em 2023. Atualmente, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã compõem o grupo.
O Brasil assume a presidência do bloco a partir de janeiro de 2025.