O empresário e lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, não declarou à Receita Federal neste ano o apartamento que comprou em fevereiro de 2024 próximo a uma das praias mais badaladas na Flórida, nos Estados Unidos. Conforme revelou a coluna, o imóvel de 100 m² — em Sunny Isles — custou US$ 610 mil. Ele também omitiu do Fisco as empresas que fundou fora do Brasil.
A omissão foi identificada pela coluna na Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) de 2025 do empresário. O documento foi enviado pela Receita Federal à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS. O colegiado aprovou uma série de quebras de sigilos fiscais e bancários de Antonio Antunes.
Contadores e especialistas ouvidos pela reportagem alegam que essa conduta pode ser caracterizada como omissão patrimonial, sujeita a questionamentos pela Receita Federal, especialmente se houver movimentações financeiras internacionais associadas. Em outras palavras, a aquisição de imóvel no exterior sem informação ao Leão gera suspeita de evasão de divisas. O mesmo acontece com as empresas das quais ele é sócio ou proprietário no estrangeiro.
Procurada, a defesa do Careca do INSS alegou que irá se explicar “nos autos do processo”. Antonio Antunes foi preso em 12 de setembro, por risco de fuga e ocultação de patrimônio, em desdobramento da Operação Sem Desconto da Polícia Federal. Ele é uma das figuras centrais da Farra do INSS, cujo esquema criminoso.
Instrução normativa de março deste ano da Receita Federal é clara sobre o tema: “A pessoa física sujeita à apresentação da Declaração de Ajuste Anual deve nela relacionar os bens e direitos que, no Brasil ou no exterior, constituíram, em 31 de dezembro de 2023 e em 31 de dezembro de 2024, seu patrimônio e o de seus dependentes relacionados na declaração, e os bens e direitos adquiridos e alienados no decorrer do ano-calendário de 2024”.