O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) iniciou nesta quinta-feira (2) a análise das caixas-pretas do avião que caiu no Cazaquistão em 25 de dezembro, causando a morte de 38 pessoas.
Os gravadores de voo –Cockpit Voice Recorder (gravador de voz) e Flight Data Recorder (gravador de dados)– foram entregues à Força Aérea Brasileira (FAB) no Laboratório de Leitura e Análise de Dados (Labdata) na quarta-feira (1º).
Serão realizadas análises das gravações de dados da aeronave e das conversas na cabine de comando. Os dados extraídos serão repassados à Autoridade de Investigação de Acidentes Aeronáuticos do Cazaquistão.
Integrantes do Cenipa, responsável pelas investigações de acidentes aéreos, já realizaram um briefing com os técnicos estrangeiros que acompanharam o material e participarão das apurações.Play Video
Dos nove técnicos que participarão do processo junto aos investigadores do Cenipa, três são do Cazaquistão (local do acidente), três do Azerbaijão (país de origem do voo e da companhia aérea) e três da Rússia (destino da aeronave).
O Anexo 13 da Convenção sobre Aviação Civil Internacional permite que um país solicite a colaboração de outro na investigação de um acidente aéreo.
O pedido foi feito à FAB pelas autoridades aeronáuticas do Cazaquistão, levando em consideração as tecnologias de ponta mantidas pelo Cenipa. O fato de o avião ter sido fabricado pela empresa brasileira Embraer também é um ponto relevante para que o material fosse enviado ao Brasil.
O jato E190, fabricado pela brasileira Embraer, havia decolado de Baku, capital do Azerbaijão, e tinha como destino a cidade russa de Grózni, capital da Chechênia. Vinte e nove pessoas sobreviveram à queda.
De acordo com fontes no Azerbaijão familiarizadas com a investigação e citadas pela agência Reuters, os resultados preliminares indicam que o avião foi atingido por um sistema de defesa aérea russo Pantsir-S, e suas comunicações foram interrompidas por sistemas de guerra eletrônica durante a aproximação de Grózni.