Em trajetória de queda, o nível do lago Guaíba atingiu a marca inferior aos 4 metros no final da noite desta terça-feira (21).
Foi a primeira vez que o nível do lago chegou a menos de 4 metros desde o dia 2 de maio deste ano. As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul e que provocaram a maior tragédia climática do estado começaram a cair sobre os municípios gaúchos no fim de abril.
De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, o nível da água estava 3,92m na medição feita às 7h15 de hoje (22), no Centro Histórico da cidade.
Apesar da queda, o nível da água ainda é bastante elevado, já que a cota de inundação do Guaíba é de 3 metros, enquanto a de alerta é de 2,5 metros no Centro Histórico de Porto Alegre. Na região das ilhas da capital gaúcha, a cota de inundação varia entre 2,10 e 2,20 metros.
Antes de 2024, o nível mais alto que o Guaíba já havia atingido foi na enchente histórica de 1941, quando a água ficou entre 4,75 e 4,76 metros. Na enchente deste ano, o pico foi registrado nos dias 5 e 6 de maio: 4,33 metros.
A despeito da trajetória de queda, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) preveem um novo aumento no nível do Guaíba entre sexta-feira (24) e sábado (25), podendo voltar à marca dos 4 metros.
De acordo com os pesquisadores, um forte vento sul deve provocar essa nova elevação, represando a água do Guaíba.
A previsão feita pelo instituto é de “cheia duradoura, com redução lenta dos níveis”, a expectativa é de que a água se mantenha acima de 3 metros no mês de junho. Nesta terça, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo potencial para tempestade no sudoeste e sudeste do Rio Grande do Sul. Há possibilidade de chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (de 40 a 60 km/h) e queda de granizo
Operação de limpeza
Com a diminuição da enchente em Porto Alegre, moradores, comerciantes e equipes da prefeitura iniciaram os trabalhos de limpeza na cidade. Nesta terça, uma força-tarefa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) percorreu áreas que já estão secas em 16 bairros da capital gaúcha.
Segundo a prefeitura, até a noite da última segunda-feira (20), foram retiradas 2.405 toneladas de resíduos das ruas, como restos de móveis estragados, lodo acumulado e varrição.
Em Canoas, na região metropolitana, alguns moradores começaram a voltar para o bairro Mathias Velho, um dos mais atingidos pela enchente, para contabilizar os prejuízos e tentar recuperar o que for possível.