Mauro Londero Hoffmann, ex-sócio da Boate Kiss e um dos quatro responsabilizados pelo incêndio ocorrido em 2013, foi preso novamente na manhã desta terça-feira (3) no Rio Grande do Sul, após uma reversão de anulação do júri.
Elissandro Callegaro Spohr, também sócio da boate à época, além de Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos tiveram que retornar à prisão nesta semana após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar, na segunda-feira (2), as decisões que anulavam o júri da tragédia da Boate Kiss.
Com a decisão, ficou determinada a volta imediata à prisão dos quatro réus condenados no processo.
O júri da Boate Kiss havia sido anulado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em agosto de 2022, depois que as defesas dos condenados apontaram irregulares no andamento do processo.
Segundo os representantes dos réus, falhas na escolha dos jurados e possíveis danos na elaboração dos quesitos de julgamento seriam algumas das irregulares ocorridas.
Após a anulação do tribunal, os quatro responsáveis pelo incêndio na casa noturna, que resultou na morte de 242 pessoas, deixaram a prisão.
Em setembro de 2023, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a anulação do júri. Meses depois, já em fevereiro deste ano, um segundo julgamento chegou a ser marcado, mas foi suspenso novamente pelo ministro Toffoli, após pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Mauro Londero Hoffmann, sócio da boate, antes havia sido condenado a 19 anos e 6 meses de prisão por homicídio simples com dolo eventual, situação em que o envolvido assume o risco de causar a morte de alguém, mesmo não tendo a intenção direta de fazê-lo.
Hoffmann passou por uma audiência de custódia ainda na manhã desta terça-feira (3) e depois foi encaminhado à prisão. Elissandro Callegar, Luciano Augusto e Marcelo de Jesus já estavam presos desde ontem.
Relembre o caso
Em 27 de janeiro de 2013, 242 pessoas morreram após um um incêndio na casa noturna “Boate Kiss”. Ao todo, cerca de 636 pessoas ficaram feridas na tragédia.
O uso de artefatos pirotécnicos, dentro da casa noturna, durante uma apresentação musical teria causado o incêndio. Na ocasião, faíscas de sinalizadores luminosos atingiram a espuma de isolamento sonoro localizadas no teto do local, o que resultou em um rápido alastramento do fogo, gerando uma fumaça tóxica.
A maioria das vítimas morreu sufocada por conta da fumaça. A ocorrência é considerada a maior tragédia do Rio Grande do Sul e a segunda maior do país em número de vítimas em um incêndio.