A Fictor Holding Financeira anunciou nesta segunda-feira (17) a compra do Banco Master.
O negócio, liderado pela Fictor e um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, está sujeito à aprovação do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), disse a Fictor em comunicado.
No comunicado, é informado que a operação inclui o aporte imediato de R$ 3 bilhões destinados ao fortalecimento da estrutura de capital do Master.
Com a conclusão das etapas regulatórias, o consórcio adquirirá a totalidade das ações de Daniel Vorcaro – acionista controlador do Banco Master – e elegerá um novo presidente para a instituição, acrescentou a Fictor no documento.
“Trata-se de uma transação privada, com players complementares e de alcance global. O Banco Master, ao longo dos últimos meses, provou sua força e resiliência, superando desafios significativos. A união dos atuais produtos com a capilaridade de distribuição da Fictor levará o novo banco ao protagonismo no cenário brasileiro, que tanto carece de novos players e de concorrência saudável. Quem sairá ganhando serão os clientes”, afirma Vorcaro em nota.
Ainda segundo o texto, o pleito submetido ao BC prevê alterações na diretoria estatutária, formação de um novo conselho e mudança da denominação social para Banco Fictor.
O Grupo Fictor atua nos setores de infraestrutura e alimentos, além do financeiro. Com um portfólio de mais de 30 empresas, está presente no Brasil, Estados Unidos e Europa.
“A operação representa o passo de entrada da Fictor no mercado financeiro brasileiro. Seguimos alinhados às melhores práticas de governança, com foco na distribuição de produtos sólidos e desenhados para responder com precisão às demandas do mercado nacional. Mantemos o que sempre guiou nossa trajetória: investir na economia real”, diz Rafael Góis, sócio da Fictor Holding Financeira.
Em nota, o Master afirma que a operação não inclui o Willbank e o Banco Master de Investimentos, que são negociados com investidores distintos.
Relembre tentativa de compra anterior
Em setembro, o Banco Central rejeitou uma tentativa do BRB (Banco de Brasília) de adquirir o Master.
Em março, o conselho de administração do BRB havia aprovado um contrato de compra e venda de ações do Banco Master. A instituição de Brasília iria adquirir 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e, consequentemente, 58% do capital total do Master, o equivalente a R$ 23 bilhões em ativos, garantindo voto no conselho de administração.
O BRB iria desembolsar valor equivalente a 75% do patrimônio líquido do Master para concluir a transação.
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia decidido pela aprovação, sem restrições, da operação.
A rejeição do BC sobre a compra do Banco Master teve como principal motivação o risco de sucessão, que ocorre quando, em uma operação de compra, os passivos e responsabilidades do vendedor — mesmo que não estejam incluídos formalmente no negócio — possam ser herdados pelo comprador.
No caso do Master, o temor era de que ativos problemáticos e dívidas da instituição que estivessem fora da operação acabassem permanecendo ligados ao BRB após a aquisição, comprometendo sua solidez financeira.

