Presos em Tremembé, complexo penitenciário no interior paulista, o hacker Walter Delgatti Netto e o ex-jogador Robinho estariam planejando o lançamento conjunto de uma plataforma de apostas esportivas. A intenção vem sendo alardeada pelo próprio hacker, que cumpre pena de 8 anos e 3 meses de reclusão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A defesa do ex-atleta não respondeu ao contato do blog.
Delgatti e Robinho estão em celas diferentes em Tremembé, mas convivem regularmente durante o banho de sol no pátio da prisão. O hacker de Araraquara, como também ficou conhecido, mencionou a futura bet em conversas com seu advogado, Ariovaldo Moreira, e também em comentários a funcionários da penitenciária.
Segundo ele, a ideia de entrar no ramo das apostas teria partido de Robinho, condenado a 9 anos de prisão por um estupro ocorrido na Itália. A empresa seria aberta assim que ambos deixassem a cadeia numa eventual progressão de regime. A estratégia comercial passaria por unir a fama do ex-jogador à experiência de Delgatti em tecnologia.
Delgatti ganhou projeção após invadir contas do Telegram de procuradores da Operação Lava-Jato e do então juiz Sergio Moro, vazando mensagens que deram origem a uma série de reportagens capitaneadas pelo portal Intercept Brasil sobre a força-tarefa. Mais recentemente, ele foi preso após forjar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, sob orientação da deputada federal Carla Zambelli (PL-DF), também condenada pelo caso e hoje foragida na Itália.
Atualmente, Robinho tenta progredir para o regime semiaberto, mas enfrenta entraves judiciais. Seus recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com os quais tentava anular a pena da Justiça italiana, também já foram rejeitados.