Jennifer Kelly, mãe da criança de 5 anos que teve um bilhete grampeado na camisa pela professora, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, disse que se reuniu com a servidora nesta quinta-feira (18). O caso ocorreu na quarta-feira (17) na Escola Municipal Santa Paula Frassinetti, que possui mais de 400 alunos e cerca de 70 funcionários.
“Eu queria olhar no olho da professora e entender o porquê dela ter feito isso com ele”, disse Jennifer.
Contato não foi respondido pela servidora, que foi afastada por 30 dias, segundo publicação em edição extra do Diário Oficial de Nova Friburgo na tarde de quinta.
Segundo Jennifer, na reunião, a professor pediu desculpas e tentou justificar o ato.
“Eu acredito que é justificar o injustificável, porque existia várias maneiras dela ter me comunicado sobre a caderneta. E a caderneta ficou só quatro dias sem ir para a escola porque criança, vocês sabem como é né, tira as coisas da mochila e, infelizmente, eu não sou perfeita. Eu não consigo 100% ficar em cima, porque eu tenho o meu trabalho, eu saio 5h de casa para trabalhar. Eu chego em casa e tenho que cuidar dele e do irmão dele, tenho outra criança”.
A mãe contou ainda sobre a explicação dada pela professora.
“Ontem na reunião ela falou que tinha pregado o bilhete na camisa dele para a babá tirar e me entregar, sendo que eu falei com ela que o tempo que ela perdeu pregando na camisa dele, ela poderia muito bem ter entregado na mão da babá ou ter colocado dentro da mochila”.
Jennifer ponderou que há diferentes meios de comunicação disponíveis e comentou sobre mensagens que viu nas redes sociais sobre o assunto.
“Vários comentários das pessoas falando que, no tempo delas, apanhavam com régua, que é ‘mi mi mi’. Gente, pelo amor de Deus, isso não é ‘mi mi mi’, não é querer chamar a atenção”.
“Infelizmente, foi a maneira que eu tive para ter voz, de alguém me escutar, de pedir socorro, pelo meu filho, que foi humilhado, exposto. Ele não é um pedaço de carne para ser grampeado. Pelo amor de Deus, a gente não está lá atrás, nada justifica, nada! Onde a gente está, que mundo é esse?”, desabafa a mãe.
De acordo com a Prefeitura, se necessário, a suspensão de 30 dias da professora pode ser prorrogada por mais 30 dias. A Prefeitura explica ainda que a servidora continuará recebendo salário.
Antes da publicação no Diário Oficial, o prefeito Johnny Maicon já havia se manifestado nas redes sociais, falando sobre o afastamento da servidora.
Em nota atualizada sobre o caso, a Secretaria de Educação ressaltou também que a pasta “nunca compactuará com tal atitude ou qualquer ato que desrespeite e/ou viole os direitos e exponha de forma vexatória as nossas crianças”.
Veja a nota na íntegra:
“A Secretaria de Educação foi surpreendida nesta quinta-feira, 18 de abril, com a informação de que uma criança foi enviada para casa com um bilhete grampeado no uniforme. É importante ressaltar que a pasta nunca compactuará com tal atitude ou qualquer ato que desrespeite e/ou viole os direitos e exponha de forma vexatória as nossas crianças.
Com isso, assim que a Secretaria de Educação tomou conhecimento do fato, de pronto foram iniciados todos os processos internos e decidido o afastamento do profissional para que haja a devida apuração e as medidas cabíveis sobre o caso sejam tomadas de acordo com os desdobramentos. A prefeitura suspendeu a servidora das suas atividades por 30 dias, prorrogáveis por mais 90, para apuração dos fatos. A publicação saiu em edição extra do Diário Oficial.”
Fonte: g1
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