Manaus (AM) – Foi neste dia, 21 de abril de 1792, que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi enforcado e esquartejado em praça pública a mando da Coroa Portuguesa, para evitar o crescimento do movimento separatista e anticolonialista na capitania de Minas Gerais. A sentença foi cumprida no Rio de Janeiro, onde o nome de Tiradentes segue fortemente presente em praças e monumentos, e desde então, há 58 anos, o Brasil tem o dia 21 de abril como um feriado nacional.
O que dizem historiadores
Artista contemporâneo amazonense nascido em Autazes (a 111 quilômetros de Manaus), Otoni Mesquita é um artista plástico reconhecido por seu trabalho como historiador, professor e pesquisador. Para ele, Tiradentes é uma espécie de representação da resistência, da liberdade e da luta contra o autoritarismo.
“Ele lutou contra o poder absoluto e isso é inteiramente louvável. Por isso ele é considerado um herói, o mundo sempre necessitou destas pessoas que deram a sua vida. Havia um lema em que ele havia dito que, se tivesse dez vidas, dez vidas ele daria pela causa, pela liberdade e pela independência do Brasil. Então, eu cultuo, não o personagem especificamente, mas o que ele representa. Tiradentes é resistência e um herói também. Ele foi e é fundamental para que a gente não esqueça que é necessário lutar sempre contra a tirania. Acho que isso tudo é fundamental”, analisou.
Conforme o professor e historiador Aguinaldo Nascimento Figueiredo, apesar de Tiradentes ser mineiro, Manaus conta com um museu que presta homenagem a ele, que é considerado patrono das polícias militares no Brasil.
O Museu
O Museu Tiradentes foi organizado e inaugurado em 1974. Em 2009, voltou para sua primeira sede no antigo prédio do Comando Geral da Polícia Militar, hoje Palacete Provincial, localizado na Praça Heliodoro Balbi, s/n°, no Centro da capital amazonense.
Para a diretora do Departamento de Gestão de Museus da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), Aline Santana, o Museu Tiradentes existe em homenagem à Polícia Militar do Amazonas, visto que, por mais de 110 anos, o batalhão do órgão de segurança pública ficou localizado no Palacete Provincial.
“No museu existem artefatos e peças de mobiliário feitas com jacarandá estilos, o salão principal do museu faz a remontagem das salas de reunião, de espera e do comandante geral, tudo utilizando as decorações e pinturas originais adquiridos por diferentes comandantes, um deles sendo Adolpho Lisboa, superintendente de Manaus e comandante da Polícia em 1900”, pontuou.
O espaço também conta com a exposição ‘Flagrantes da História’, com apresentação de armamentos, armaduras, uniformes, distintivos, documentos, fotografias e equipamentos utilizados pelo Corpo de Bombeiros, além de vídeos de eventos festivos.
Também retrata alguns fatos históricos ocorridos em Manaus, como a atuação da Corporação de Bombeiros, além de vestimentas e equipamentos utilizados em combate.
“A exposição conta a história da Policia Militar do Amazonas, desde o começo em 1837 até os momentos atuais, além da história e das batalhas que o batalhão participou, como a Guerra de Canudos. O batalhão da Polícia Militar do Amazonas foi liderado por Marechal Cândido Mariano para a 4ª expedição na Bahia. A exposição ainda conta com um acervo de armas históricas, sabres e espadas, instrumentos da banda musical da Policial Militar, fardas, condecorações e ainda uma homenagem aos Bombeiros, explicou.