28 de outubro de 2025 ficará marcado na história do Rio de Janeiro como o dia da operação policial mais letal já registrada no Estado, com 64 mortos, sendo 60 de suspeitos de crimes e 4 de policiais (dois policiais civis e dois policiais militares do BOPE).
Segundo o governo do Rio de Janeiro, a ação foi iniciada com o objetivo de combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados – os alvos se concentram no Alemão e na Penha.
Desde as primeiras horas da manhã, diversas cenas de “guerra” foram registradas pela cidade.


Drones policiais registraram um grupo de criminosos fortemente armados, vestindo roupas camufladas e portando fuzis, em fuga por trilhas clandestinas na mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.
Pelo menos 2500 agentes das Polícias Civil e Militar foram para as ruas. Para a realização da megaoperação, o suporte logístico e tecnológico incluiu drones, dois helicópteros, 32 blindados e 12 veículos de demolição.


Dados da operação
- 64 mortos, dos quais 60 criminosos e 4 policiais
- 81 presos
- 75 fuzis apreendidos
O número de mortes é mais que o dobro da então mais letal operação policial do Rio, que ocorreu em maio de 2021, com 28 mortos no Jacarezinho.
- Operação no Alemão e na Penha – 64 mortos – 28/10/2025
- Operação no Jacarezinho – 28 mortos – 05/2021
- Operação na Penha – 23 mortos – 05/2022
- Operação no Alemão – 19 mortos – 06/2007
- Operação no Alemão – 17 mortos – 07/2022

Retaliação
Bandidos ligados ao Comando Vermelho responderam ao avanço policial e promoveram caos pelo Rio de Janeiro.
A Linha Amarela ficou fechada na altura do pedágio, sentido Barra da Tijuca.
Um caminhão da RioLuz foi sequestrado na Avenida Brasil, no sentido Galeão. Um caminhão também foi sequestrado em São Gonçalo.
No Centro, um ônibus foi sequestrado. A Polícia Rodoviária Federal reformou o policiamento nas estradas federais.
Toda a cidade está em alerta para eventuais ataques.
Drone do Comando Vermelho
Em um vídeo obtido pela imprensa um drone de criminosos do CV (Comando Vermelho) foi flagrado arremessando bombas na região do Complexo da Penha.
Pedido negado
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse nesta terça-feira (28) que o estado vem tentando dialogar com as Forças Armadas e que já solicitou apoio de blindados ao Exército três vezes, mas que os pedidos foram negados em todas as ocasiões.
Castro afirmou ainda que o estado do Rio de Janeiro está “sozinho” e cobrou maior integração com o governo federal no combate ao crime organizado. A fala do governador se dá no mesmo dia em que a Polícia do Rio realiza uma megaoperação no Complexo do Alemão que já deixa ao menos 60 mortos.
Ação planejada
Em entrevista o governador afirmou que a megaoperação realizada no Rio de Janeiro foi planejada com pelo menos 60 dias de antecedência.
“Foi uma operação planejada, que começa com cumprimento de mandado judicial, investigação de um ano e um planejamento de 60 dias, que o Ministério Público participou. Não é uma operação de alguém que acordou e resolveu fazer uma grande operação”, afirmou o governador.
Sobre a letalidade, o governador disse lamentar: “Meu coração chora junto com os das famílias, sobretudo dos policiais abatidos hoje. São 81 presos, foram 60 criminosos neutralizados, 75 fuzis apreendidos e uma quantidade enorme de drogas, que só no fim da operação poderemos dizer a quantidade.”

