O homem preso na manhã desta segunda-feira (25/8) em Pernambuco, suspeito por ameaçar o youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca, foi identificado pela Polícia Civil de São Paulo como sendo Cayo Lucas Rodrigues dos Santos.
Cayo, de 22 anos, foi detido em sua residência em Olinda, após uma ação conjunta entre a polícia de São Paulo e de Pernambuco para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão temporária.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as diligências foram realizadas em dois endereços na cidade de Olinda. Em uma delas, o suspeito foi encontrado e preso. Ele estava acompanhado de outro indivíduo, que também foi preso por estar em “situação de flagrante delito”.
Na ação, os policiais encontraram também o computador que teria sido utilizado por Cayo para realizar as ameaças à Felca. A prisão foi feita com base em uma decisão da Justiça da quebra de sigilo de e-mails da Google que enviaram as ameaças.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco afirmou que o suspeito já era alvo de investigação por outro crimes no estado.
Entenda a “adultização” denunciada por Felca
- Felca protagonizou o debate sobre pedofilia e sexualização com o vídeo “adultização”, publicado no dia 6 de agosto.
- No material, o youtuber expõe a atuação de pedófilos nas redes sociais e critica a exposição excessiva de jovens e adolescentes na internet.
- Um dos alvos é o influenciador Hytalo Santos, preso desde o dia 15 de agosto alvo de uma investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) que apura os crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil.
- O termo “adultização” não é novo, mas se popularizou após o vídeo de denúncia feito por Felca.
- Fábio Aurélio Leite, médico psiquiatra do Hospital Santa Lúcia Norte e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, explica que a adultização corresponde a qualquer processo em que “uma criança é levada a se engajar em tarefas, fazer atividades ou desempenhar papéis de figuras adultas, para os quais ela não está preparada, não tem maturidade, não tem estrutura e, principalmente, não tem consciência do que aquilo é ou representa”.
- Em casos como os denunciados por Felca, a adultização vem acompanhada da sexualização infantil, processo em que a criança é induzida a usar roupas ou ter comportamentos e atitudes relacionadas ao universo erótico.
- O psiquiatra ressalta que, nas situações de adultização, as crianças geralmente não conseguem perceber que não deveriam estar naquele cenário.
- O médico ainda reforça que a adultização não é exclusiva do contexto de redes sociais. “Envolve tudo que é precoce, como trabalho infantil, responsabilidades demais no ambiente doméstico que vão além da capacidade e da idade, a mediação de conflitos entre os pais ou outros adultos, além da exposição midiática”.