O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos nomes cogitados como potencial candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, aceitou um convite do governo de Israel e viajará ao país no dia 18 de março.
O convite a Tarcísio foi feito diretamente pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se envolveu em um recente embate diplomático por causa da ação militar de Israel na Faixa de Gaza.
Segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, além de Tarcísio, outros governadores também foram convocados por “Bibi” Netanyahu. O de Goiás, Ronaldo Caiano (União Brasil), outro “presidenciável” para 2026, já aceitou o convite. Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, ainda não respondeu.
Também especulado como postulante ao Palácio do Planalto em 2026, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declinou do convite.
Netanyahu ainda enviou uma carta pessoal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que o ex-mandatário viaje a Israel. Alinhados política e ideologicamente, ambos mantiveram uma relação próxima durante o governo de Bolsonaro (2019-2022).
As chances de o ex-presidente viajar para a Israel, no entanto, são remotas. Bolsonaro teve o passaporte apreendido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Tempus Veritatus, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no início de fevereiro, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. Para deixar o país, Bolsonaro precisa de uma autorização do STF.
Crise diplomática
No mês passado, o governo brasileiro protagonizou um embate diplomático com Israel. Em uma entrevista a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, o presidente da República comparou as ações militares de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza ao Holocausto da Alemanha nazista de Adolf Hitler, quando o povo judeu foi perseguido e dizimado.
No mesmo dia da declaração de Lula, Netanyahu afirmou que o presidente do Brasil havia cruzado “uma linha vermelha” de forma “vergonhosa e grave”. “Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, criticou Netanyahu.
O chanceler israelense, Israel Katz, foi além: anunciou que Lula se tornou “persona non grata em Israel até que retire o que disse”.
Lula não se retratou, e o governo brasileiro decidiu chamar para consultas o embaixador em Israel, Frederico Meyer, e convocar o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, para dar explicações. Segundo o Itamaraty, as medidas foram tomadas “diante da gravidade das declarações do governo de Israel”.
O Holocausto, promovido pelo nazistas na Segunda Guerra Mundial, matou 6 milhões de judeus.
Fonte: InfoMoney