O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), que atende os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, decidiu manter a prisão do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, nesta segunda-feira (8). Ele é investigado pelos crimes de tráfico de drogas, armas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
No documento, que foi feito a partir de um pedido de prisão preventiva da Polícia Federal com parecer favorável do Ministério Público Federal, o juiz afirma que não há motivo para interromper a prisão. “Qualquer medida alternativa à prisão se revelaria flagrantemente inócua e insuficiente para interromper o ciclo delitivo, resguardar a instrução criminal e assegurar a aplicação da lei penal”, concluiu.
Entenda o caso
Segundo o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), Thiego utilizava uma franquia da loja oficial do Flamengo no Mato Grosso do Sul para movimentar valores ilícitos.
As apurações apontam que TH Joias também intermediava a compra e venda de drogas e armamentos de guerra para o Comando Vermelho, incluindo fuzis, bazucas antidrone e equipamentos importados do Paraguai e da China. O relatório da Polícia Federal (PF) indica movimentação de aproximadamente R$ 9 milhões nessas operações, nos últimos três anos.
O deputado foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na Operação Bandeirante, em parceria do MPRJ com a Polícia Civil e apoio de outros órgãos, foram detidos o assessor parlamentar Luiz Eduardo Cunha Gonçalves e o traficante Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como “Índio do Lixão”. Outros alvos incluem lideranças da facção, como Luciano Martiniano da Silva, o “Pezão”.
Em paralelo, a Operação Zargun, conduzida pela PF em parceria com a Polícia Civil, prendeu 15 pessoas, entre elas um delegado federal, três policiais militares e o ex-secretário Alessandro Pitombeira Carrasena, que já ocupou cargos no governo estadual e municipal do Rio. A investigação revelou a infiltração do Comando Vermelho na administração pública, garantindo proteção, acesso a informações sigilosas e espaço para ampliar o comércio ilegal de armas.
Ao todo, foram expedidos 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou ainda o bloqueio de R$ 40 milhões em bens e a transferência emergencial de lideranças da facção para presídios federais de segurança máxima.