A Escola Estadual (EE) Diofanto Vieira Monteiro, localizada no Centro de Manaus, realizou, nesta quarta-feira (30/04), a 2ª edição da “Feira de Linguagem” na unidade escolar. O tema desta edição foi “A cultura dos povos originários do Amazonas” e abordou lendas e curiosidades sobre a cultura indígena dos povos que vivem no estado. O evento marca o encerramento do Mês dos Povos Originários, dedicado à reflexão e à promoção da cultura indígena e dos direitos dos povos originários.
A unidade de ensino é uma das quatro da rede estadual especializadas para alunos com deficiência em Manaus e atende estudantes a partir de 14 anos, com deficiências intelectuais e múltiplas. A feira contou com momentos de apresentações culturais, visitas às salas temáticas e venda de produtos artesanais feitos pelos próprios alunos da instituição.
“Essa feira sobre os povos originários tem como objetivo mostrar a cultura, a lenda, a culinária e tudo o que vem das nossas origens para os nossos alunos”, afirmou a diretora da escola, Solange Belchior.
Diferentemente das escolas regulares, a EE Diofanto Vieira Monteiro não trabalha com séries sequenciais, como o Ensino Fundamental e Médio. A unidade atua a partir de oficinas pedagógicas e letramento aos estudantes.
Atualmente, a instituição oferta para os alunos matriculados nas oficinas de vassouraria, customização, culinária, pintura, corte e costura, e bijuterias. Além disso, a escola oferece também atividades complementares, abordando o estudo da natureza, jogos cognitivos, teatro, dança e informática.
Cultura e tradição
A feira iniciou com a apresentação do “Ritual da Tucandeira”, com alunos representando indígenas da etnia Sateré-Mawé. O ritual representa a transição da adolescência para a vida adulta, quando os meninos da aldeia são desafiados a resistir à dor das picadas de formigas tucandeiras para demonstrarem força e coragem.
Logo após, os alunos apresentaram uma encenação teatral da “Lenda do Guaraná”, que conta como teria surgido a planta guaraná. Unindo contação de histórias, danças e encenações, foram meses de ensaio para que os alunos se familiarizassem com a dinâmica.
“A gente está buscando trazer os alunos para essa temática, para que eles possam estar de fato incorporados, não só na questão social, mas também na introdução deles na vida cotidiana e sabendo muito mais sobre as questões que envolvem a realidade deles”, ressaltou o professor Luã Fernandes.
A programação continuou com a visitação às salas temáticas, que abordaram temas como a lenda do pirarucu, língua e expressão cultural da etnia Ticuna e a lenda da farinha de mandioca. A professora Edinelza Nunes preparou, juntamente com os alunos, a sala temática responsável por contar a lenda do pirarucu por meio de fantoches.
“Todos os dias ensaiamos e hoje, na hora da apresentação, eles precisaram de apoio, lembrando de quem é a vez, falando para levantar a placa, e assim será. A tarefa não é fácil, mas é gratificante”, contou a professora.
Para o aluno Jonatan Gabriel, 17, da etnia Tikuna, a feira lhe fez relembrar momentos da sua própria cultura. “Eu achei a feira muito legal, bem interessante, fala um pouco da minha cultura. Eu fiquei muito feliz de ver minha cultura representada”, celebrou o estudante.