Com o Amazonas sendo representado por 205 delegados, incluindo capital e interior, além de agentes culturais, classe artística e a sociedade civil, a 3ª Conferência Estadual de Cultura chegou à reta final nesta terça-feira (23/01), elegendo em plenária as propostas que irão compor o Plano Estadual de Cultura e serão encaminhadas para inserção no Plano Nacional de Cultura. O encontro foi retomado após um hiato de 10 anos, mostrando a força do segmento e adesão de quem vive da Cultura no Amazonas.
A conferência, promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, aconteceu de 21 a 23 de janeiro no Centro de Convenções Vasco Vasques. O evento de colaboração interinstitucional teve o apoio do Conselho Estadual de Cultura, Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Amazonastur, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Ao longo dos dois primeiros dias, grupos de trabalho se reuniram seguindo a nomenclatura dos seis eixos temáticos recomendados pelo Ministério da Cultura. Após eleição em plenária, foram totalizadas 59 propostas, sendo 14 para a Conferência Nacional de Cultura, que acontecerá entre os dias 4 e 8 de março em Brasília e, as 45 propostas restantes, para o Plano Estadual de Cultura.
O delegado eleito no município de Parintins (distante a 369 quilômetros de Manaus) Aldemir Saterê, comemorou a aprovação das propostas em discussão na conferência estadual, ampliando as condições de trabalho e benefícios aos profissionais da cultura. “Nivelamos esse entendimento para que a gente também seja defensor da cultura de uma forma igualitária, respeitando a diversidade”, disse o líder indígena, graduado em gestão pública.
A eleição também se estendeu aos delegados que irão compor a delegação estadual que vai à conferência nacional, formada por 40 representantes do Amazonas, pertencentes à sociedade civil e ao poder público. Ananda Guimarães é artista e uma das delegadas eleitas nos encontros setoriais para representar o Amazonas em Brasília. Em pauta, a defesa da acessibilidade cultural, de direito ou de acesso. “Se eu estou aqui enquanto uma mulher com deficiência é porque preciso dar voz ao meu movimento também, entendendo a interseccionalidade, porque a pessoa com deficiência, ela é negra, ela é LGBTQIA+, ela é indígena. Então a gente está ali para lutar e, acima de tudo, também aos nossos povos amazônicos como um todo”, explana.
Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o resultado dos três dias de conferência superou as expectativas, com mais de 600 inscritos, e a participação ativa dos municípios. “A análise é totalmente positiva pela diversidade que nós tivemos aqui. Quase 78% dos participantes, mais de 77% são do interior, mostrando aí a força e a vontade que eles têm de contribuir para essas políticas públicas de cultura. Isso tudo discutido de forma muito democrática, com direito de voz a todos”. A próxima etapa, de acordo com o secretário, será discutida em âmbito nacional com representatividade amazonense. “Dessa forma o Governo Wilson Lima cumpre essa etapa da conferência estadual e prepara aí essa delegação que segue para Brasília no início de março para a gente debater essas propostas na conferência nacional”, acrescenta o secretário.
Para a representante do Ministério da Cultura no Amazonas, Michelle Andrews, a conferência trouxe um resultado positivo e deve se estender no pleito nacional. “Então, a ideia é que essa galera que vai para a conferência nacional fique sendo os mobilizadores para o aperfeiçoamento deste caderno de propostas e a gente comece a entender daqui a quantos anos a gente consegue aplicar, qual é a realidade, como é que a gente avança, então o debate vai ser contínuo”, finaliza Michelle.