O Boi Garantido por meio de ofício enviado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) ameaça se retirar da disputa do Festival Folclórico de Parintins em 2023. Prontamente, em nota enviada a imprensa, o Governo do Estado, por meio da SEC, considera “inimaginável” a não participação do Garantido na competição.
O Ofício N. 065, de 19 de junho, da Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido (AFBBG), assinado por Antônio Andrade Barbosa, presidente da agremiação, alega “escassez pecuniária”. (confira a cópia do ofício no final da matéria).
Andrade ainda impõe o prazo de um ou dois dias para que a SEC preste “algum auxílio” caso contrário o bumbá se retira da competição.
O dirigente da agremiação diz ter apenas duas opções no suposto cenário de dificuldades financeiras, que seriam realizar a apresentação ou pagar “recursos humanos envolvidos na construção do Boi 2023”.
Andrade diz então que somente um destas poderia ser tomada e afirma que a segunda foi a escolhida pela diretoria do Garantido.
Tudo “normal” nas redes sociais
Uma rápida visita às redes sociais do Boi Garantido dá uma ideia totalmente contrária do que agora é divulgado pelo dirigente da agremiação, eleito em 2020. As publicações dõ como certas a realização do Festival, mas as críticas a atual gestão do boi são constantes desde a ameaça de se retirar o Garantido do Festival.
O perfil _brendafigueira diz “Sou Caprichoso mas estou indignada com a situação que o Garantido vem vivendo esses últimos anos, como pode uma tradição dessa ser ofuscada por uma gestão ruim? O Garantido nem o povo merece isso! Ao invés do festival ser cada ano mais divulgado estão querendo é acabar com o festival, essa ameaça ao Garantido de não ir pra arena está ridícula só pra conseguir mais dinheiro?! O povo tem que se unir e fazer alguma coisa”.
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Já ana.goes.am comenta: “Tirem esse homem da presidência de vcs !!!! Ele vai acabar com o festival e a tradição dos bois !!!!!!”. e as críticas à gestão continuam, algumas citando o fim dos ensaios abertos, o que estaria levando o público visitante aos ensaios do boi adversário.
Governo rebate ofício do Garantido
No documento enviado à imprensa pela Secretaria de Estado de Comunicação Social. o Governo assegura a realização do festival que tem cm datas confirmadas os dias 30 de junho e 01 e 02 de julho.
A nota (confira abaixo) ainda fala em um repasse de R$ 5 milhões recebidos pelo boi para a realização das apresentações, além do empenho nas captação de recursos. Outras fontes falam que os recursos do boi não são nada modestos, citando valores como R$ 4.500.000 de patrocínios, R$ 1.250.000 da Coca-Cola e R$ 2.900.000 da bilheteria, totalizando R$ 13,6 milhões, o mesmo valor destinado ao Caprichoso, o rival histórico do Garantido.
Nota sobre a realização do 56º Festival Folclórico de Parintins
O Governo do Amazonas considera inimaginável a não participação do Boi-Bumbá Garantido no 56º Festival Folclórico de Parintins, por supostos problemas financeiros da Associação Folclórica, conforme alegou a atual diretoria em carta encaminhada nesta segunda-feira (19/06) à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Dessa forma, o governo assegura que o festival acontecerá, nos dias 30 de junho e 01 e 02 de julho de 2023, como manda a tradição.
O Governo do Estado apoia, acredita e fortalece o festival em tudo que lhe cabe, tendo cumprido com todos os acordos firmados para a realização da festa em 2023. Além do repasse de R$ 10 milhões para os bois, sendo R$ 5 milhões para cada um, também trabalhou na captação de recursos junto a patrocinadores da iniciativa privada. Ao longo dos anos, o Estado também tem dado todo o apoio logístico, estrutural para que o espetáculo ocorra e espera que as Associações Folclóricas também cumpram sua parte, colocando os bois na arena e fazendo a festa acontecer.
O Festival Folclórico de Parintins é patrimônio cultural brasileiro e pertence ao povo do Amazonas. O Festival representa o fortalecimento da economia local, geração de emprego e renda para a população de Parintins, e o Governo do Amazonas não vai admitir que nenhuma intercorrência impeça a realização do Espetáculo do Povo da Floresta.