A construção do plano de salvaguarda da capoeira no Amazonas é a proposta do evento que acontece nesta sexta-feira e sábado (1º e 2/03), no auditório do salão Solimões, avenida Sete de Setembro, no Centro. Esta é a quarta edição das “Oficinas de Salvaguarda Capoeira 2024” no estado, tendo como principal objetivo a pactuação das ações em benefício do bem cultural para os próximos quatros anos.
O evento, com entrada gratuita, é voltado para capoeiristas do Amazonas, instituições públicas e para o público em geral, mediante preenchimento do formulário disponível acessando o link. São esperados cerca de 90 participantes do estado, sendo 50 delegados e 40 observadores.
Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Amazonas, o encontro traz uma programação de oficinas e, neste ano, vai culminar com a construção do Plano de Salvaguarda da Capoeira no Amazonas, documento imprescindível para nortear as ações de proteção, preservação, divulgação e promoção do bem registrado nos moldes da política nacional de salvaguarda.
Segundo a superintendente do Iphan Amazonas, Beatriz Calheiro, o ofício dos mestres e da roda de capoeira é reconhecido como patrimônio cultural brasileiro em 2008, sendo que, em novembro de 2014, foi outorgada pela Unesco, a roda de capoeira, um dos símbolos do Brasil mais reconhecidos internacionalmente, presente em mais de 160 países, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. “Estas duas dimensões reconhecidas como patrimônio cultural reconhecem a história de resistência negra no Brasil, através daqueles que detêm os conhecimentos e perpetuam as práticas ancestrais, bem como a roda de capoeira como espaço vivo de transmissão desses conhecimentos, práticas e valores tradicionais afro-brasileiros”, destaca a superintendente.
Obra literária
Neste ano, um dos resultados advindos das demais edições, é o lançamento do livro ”Capoeira: O patrimônio gingado do Amazonas e a sua Salvaguarda”, no segundo dia do evento. A obra de autoria do secretário executivo de Cultura e Economia Criativa, Luiz Carlos Bonates, e do sociólogo Tharcísio Santiago Cruz, representa um produto de pesquisa de vários anos, nas quais se constatou a presença da capoeira no Amazonas desde 1889, bem como, a sua relação nesse espaço de tempo com as instituições e com a sociedade civil.
“A importância do livro é essa recuperação histórica e tem dois momentos da capoeira, essa capoeira das Maltas que era a capoeira sem berimbau e a partir de 1969 até a presente data é a capoeira com berimbau essa que a gente chama de modelo baiano que está espalhada pelo mundo que é patrimônio mundial, é cultural da humanidadë”, completa José Bonates, também conhecido como mestre KK.
Sendo um dos protagonistas no empenho para aprovação da Salvaguarda da Capoeira no Amazonas, o mestre KK, ressalta a importância do encontro. “Espero que essa página vire e passe de fato a ter uma política pública infinitamente para a capoeira, merecendo o lugar que ela tem, a importância que ela tem”, finaliza o mestre.
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