O Centro Cultural Palácio Rio Negro comemora 27 anos, nesta quarta-feira (28/08), com reconhecimento histórico local. O evento teve início às 9h e foi marcado pela abertura de exposições, que seguem até o dia 29 de setembro, de artistas locais que representam a riqueza do folclore e sua diversidade no cenário visual.
As festividades contaram com a participação de 60 alunos da Instituição Grupo Aventureiros do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Lírio do Vale.
O Centro Cultural Palácio Rio Negro é mantido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e está localizado na avenida Sete de Setembro, Centro, zona sul de Manaus. O centro cultural fica aberto para visitação gratuita de segunda a sábado (exceto às terças-feiras), de 9h às 15h.
A celebração iniciou com uma interpretação dos encantados atemporais, com a exposição “Reino de Encantaria”, pela artista visual cênica, Nonata Silva.
A artista, que está expondo pela terceira vez no espaço cultural, afirma que quis trazer à sua obra a desmistificação de personagens de encantarias que as pessoas conhecem pela cultura popular. Como por exemplo, o boto-rosa, que é conhecido por esse nome, mas na realidade se chama boto-vermelho.
“Na nossa cultura, Anhangá não é um demônio, foi estigmatizado pelo colonizador, ele é o defensor das matas, então a gente trouxe dessa forma, porque a saudação é para lembrar que nós somos essa miscigenação, então, eu tinha que trazer isso”, explica a artista, destacando que, em breve, vem mais cultura popular para o público.
Expondo pela primeira vez no grandioso Palácio Rio Negro. A artista visual Monik Ventilari, apresentou a exposição “13 Casas de Manaus – Coleção Bacellar-Ventilari”. A obra consiste em sua coleção de obras de arte em acrílico sobre tela inspiradas no poema “Balada das 13 Casas”, do poeta amazonense Luiz Bacellar.
Ela expressa a alegria em trazer sua exposição para o Palácio, que é um marco arquitetônico para a cidade, com obras representadas com casas e edifícios geométricos, trazendo cores vibrantes, como o azul, vermelho, amarelo, verde e laranja. As obras apresentadas impressionam com composições abstratas da paisagem urbana de Manaus.
“É muito interessante ver a questão afetiva das crianças e adultos, que reconhecem logo as casas, se identificam com elas, e se encantam com o colorido”, disse Monik. O público variou, com crianças e adultos, além de 60 crianças do Grupo Aventureiros do CRAS Lírio do Vale que visitaram a exposição.
“Então, é uma grande alegria ver essas crianças conhecendo o Centro Cultural e conhecendo o museu. É muito legal estar participando, não só de uma exposição artística, mas também de uma ação educativa”, conclui a artista.
Imersão na cultura local
O analista judiciário, Luiz Brás, de 42 anos, natural de Belo Horizonte, diz estar pela segunda vez em Manaus para conhecer a cidade e aproveitou para visitar o Palácio Rio Negro.
“Eu visitei primeiro a exposição dos Reinos de Encantaria, a própria expositora deu uma explicação bem interessante sobre o que ela quis trazer com a arte que ela montou. A história, uma apresentação bem lúdica para explicar às crianças como é que foram criados personagens que estão expostos lá”, comentou.
Segundo Luiz, a explicação despertou mais interesse, quando soube que um dos seres encantados se chamava Ivan, que é o mesmo nome de seu amigo, que o acompanhou na visita.
“Fizemos um passeio pelo palácio e vi a exposição 13 casas de Manaus, onde a artista estava querendo misturar três cores e montar residências. E também vimos a parte de cima do palácio, que é bem interessante, porque as coisas estão bem conservadas”, destaca Luiz.
Conhecendo o Palácio pela primeira vez, o servidor público, Ivan Lima, de 35 anos e também de Belo Horizonte, comentou que está na cidade pela primeira vez e expressou a importância da valorização do espaço cultural.
“Gostei bastante das exposições como forma de validar a cultura local e de forma bem lúdica passar para os visitantes um pouco do folclore regional, que é tão importante a valorização da cultura como forma de impulsionar a sociedade para olhar para o passado e ver as tradições e valorizar as tradições locais”, definiu Ivan.