Algumas das principais características que mais encantam quem visita o Amazonas pela primeira vez envolvem a culinária local e os mais diversos artigos de artesanato, além de muitos outros pontos, é claro. Mas você já imaginou um lugar que mescla justamente essas duas características, sempre buscando focar no regionalismo e no estilo de vida caboclo? Se sim, com certeza você está pensando no café da manhã e restaurante Coreto dos Manaós.
Proporcionando uma verdadeira imersão na culinária e no estilo de vida amazonense, o Coreto dos Manaós é uma parada obrigatória para quem visita o Centro de Manaus. Localizado dentro de um dos pontos turísticos mais conhecidos da capital amazonense, o Mercado Adolpho Lisboa, o restaurante é perfeito para os amantes da boa culinária amazonense e conta com um ambiente extremamente aconchegante, mas sem deixar o “amazonês” de fora em cada detalhe.
Prestes a completar cinco anos de existência, o espaço tem o comando dos proprietários que, inclusive são extremamente simpáticos, Devany Gonçalves da Silva e Marco Martins Rodrigues da Silva, que já são casados há 13 anos e resolveram expandir esse amor por meio do empreendimento que é um sucesso na cidade. Em entrevista do Vanguarda do Norte, Devany declarou que a ideia de ter o Coreto dos Manaós surgiu por influência de sua mãe, que é pioneira no Mercadão.
“É um restaurante bem regional e para atrair o turista. A minha mãe trabalha aqui no Mercado há mais de 40 anos e perguntou se eu não tinha vontade de vir trabalhar aqui. Na época eu trabalhava no Distrito Industrial e não me via trabalhando com comida, mas ela me incentivou bastante. Ela sempre ressaltava que comida é algo que precisamos trabalhar com amor e dedicação. Ainda lá no Distrito, por muitas vezes, fazia o café da manhã para os meus amigos e eles me questionavam muito se eu não pensava em montar um café da manhã, mas eu sempre dizia que não me via fora do Distrito, sempre gostei de ser industriária. Mas, com os incentivos da minha mãe, conquistei esse espaço e transformei em um local agradável, onde as pessoas se sentem bem, felizes e gostem do ambiente, que é bem acolhedor”, declarou.
Sempre colocando Deus à frente de tudo, Devany não poupa palavras ao falar sobre a gratidão que sente ao ver todo o sucesso conquistado em tão pouco tempo de existência. Inclusive, destaca que o Coreto dos Manaós já se tornou um ponto turístico dentro de outro ponto turístico, o Mercado Adolpho Lisboa.
“Agradeço a Deus todos os dias pois cada ideia que surge aqui, não surge do nada. Eu fico sempre muito feliz de ver as pessoas chegando e parabenizando todos nós, falando que o ambiente é acolhedor, além do tratamento dos funcionários, da comida deliciosa. Nós já viramos um ponto turístico! Os turistas já chegam procurando aquele peixe frito, um jaraqui ou tambaqui assado, e quando chegam aqui se deparam com a parte da arte presente aqui. Isso encanta demais o turista e isso é super bom para o nosso Amazonas, a gente precisa mais disso. Eu acredito que depois dessa minha iniciativa, muitos dos restaurantes que surgiram depois do Coreto, foram com a ideia de ver como é bom você poder apresentar, tanto para o turista quanto para o próprio povo amazonense, um local tão acolhedor e com tantas coisas que encantem e gostem do espaço”, frisou.
Artesanato
Para quem visita o local, o que mais salta os olhos são os inúmeros artesanatos presentes no local que representam e mostram aos turistas o Bumbódromo de Parintins, a tradicional casa do caboclo amazonense, casa de farinha indígena e muitos outros elementos. Inclusive, vale ressaltar que todos os itens têm movimento. Pouca gente sabe que é o próprio Marco Martins, ex-industriário e co-proprietário do local, que põe a mão na massa e é o artesão por trás disso tudo.
Com 13 anos de casados, Devany ressalta que tem apenas 5 anos que descobriu ter um artesão dentro de casa. Para ela, isso é motivo de muito orgulho.
“Ele me surpreendeu muito. Na primeira criação dele, ele disse que ia fazer algo que iria atrair e encantar muitos clientes e realmente foi o que aconteceu. Quando vi os bonequinhos se mexendo foi lindo, foi o primeiro de tantos que vieram depois. Eu sempre fico muito feliz e grata. Essas coisinhas que parecem simples encantam os turistas. Eu me sinto muito orgulhosa e honrada por ter um esposo artesão”, pontuou.
Para Devany, é gratificante ver a reação dos visitantes, principalmente turistas, ao ver de perto os artesanatos presentes no espaço.
“Alguns guias turísticos gostam de trazer os turistas e eles mostram o tambaqui daqui, a réplica do Bumbódromo, a casa do caboclo amazonense para mostrar como eles vivem nos flutuantes e tudo o que fazemos é para atrair os clientes e turistas, para que o nosso Amazonas fique mais enriquecido com todas essas graciosidades que só tem aqui no Coreto dos Manaós. Todos precisam conhecer o Coreto”, disse.
Marco começou a trabalhar como artesão durante a pandemia, momento em que se viu sem nenhuma atividade e buscou fugir do ócio.
“Quando eu era menino, ajudava muito o meu pai a fazer casa de madeira, o meu pai era carpinteiro. Peguei algumas experiências com ele e depois fui trabalhar na indústria. Lá eu aprendi a parte elétrica, passei para a área de eletrônica, fui ser técnico de instrumentação e comecei a planejar algumas coisas. Já tinha 30 anos nessa profissão e depois saí de lá e vim para cá trabalhar com a minha esposa. Depois veio a pandemia e fiquei sem fazer nada em casa, aí procurei fazer algo. Acompanhava algumas coisas na internet e pensava: `isso aí eu sei fazer`. Assim fui inventando as coisas”, evidenciou.
O ex-industriário aproveitou a experiência que conquistou após o longo período que trabalhou na indústria para fugir do convencional e “dar vida” aos bonecos que estão nas obras que fazem parte da decoração do local.
“Botei os bonequinhos para se mexer com o estudo que tive de instrumentação, mecânica e afins, fiz um, depois fiz outro e assim começou essa trajetória de fazer arte. Depois fiz uma casa, que não é grande, mas tem todos os detalhes de uma casa grande. Eu fico muito orgulhoso das minhas artes… o pessoal pergunta muito como se mexe e o que eu fiz para deixa-las assim, tento explicar o processo do mecanismo e os turistas ficam surpresos. Tenho muito orgulho de quando me perguntam quem faz essas artes para mim e digo logo: `sou eu`. Muitas vezes querem comprar ou levar, só que é peça única, ainda não faço para vender, somente para deixar aqui no restaurante para os clientes apreciarem. Tudo é peça única e se fosse fazer outro, não ia ser a mesma coisa. Podia até ser parecido, mas não igual”, destacou.
Cardápio amazônico
O Coreto dos Manaós tem uma diversidade de delícias nos cardápios, seja no de café da manhã ou de almoço. Ir ao Coreto dos Manaós pela parte da manhã e não experimentar o tão famoso e comentado x-caboquinho é quase um pecado.
“Nós começamos antes de 7h com o nosso café da manhã que tem o nosso conhecido x-caboquinho, que é muito bem falado, variados tipos de sanduíches, tapiocas, farofas e muitos outros itens. Temos bebidas como café, nescau gelado e suco para todos os gostos. Temos uma diversidade bem extensa”, frisou.
Como já havia passado de 12h, a equipe do portal e jornal impresso Vanguarda do Norte teve a oportunidade de experimentar os mais pedidos pratos do cardápio de almoço do Coreto dos Manaós: o Pirarucu Recheado com queijo coalho e banana pacovã (empanado na farinha ovinha) e o delicioso tambaqui assado.
“O Pirarucu Recheado foi uma ideia da minha mãe que, por ter esses 40 anos de pioneirismo na cozinha, me disse que tínhamos que fazer um prato que atraísse o cliente. Realmente foi o que aconteceu. Quando os turistas chegam e provam o Pirarucu Recheado, um prato tão bem preparado que vem com uma mistura de queijo coalho e banana pacovã, além de ser empanado e frito na farinha ovinha… nossa, é uma mistura de gastronomia amazônica tão encantadora que não tem quem prove e não fale que é uma delícia. Além desse, também temos o clássico tambaqui assado, os outros peixes que também são fritos na farinha, mas isso vai do gosto do cliente. Também trabalhamos com carne de sol, bisteca, misto de calabresa com carne e o nosso cardápio é bem variado”, comentou.
O Coreto dos Manaós funciona de segunda-feira a sábado, de 7h às 16h, e aos domingos, de 6h30 às 14h. O espaço fica localizado no Mercado Adolpho Lisboa, na Avenida Lourenço da Silva Braga, 864, no Centro de Manaus.
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