“Caprichoso é território, é ancestralidade, é luta!”. Com uma atuação que vai muito além de um discurso na arena, o Boi Caprichoso marcou presença na 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), realizado pelos povos originários, em Brasília. O bumbá participa ativamente nos últimos anos e hasteia sua bandeira de luta pelos indígenas, na demarcação de suas terras e no respeito à sua cultura.
O ATL é considerado a maior mobilização indígena do mundo e, este ano, também celebra os 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), reunindo lideranças de todas as regiões do país na luta pela demarcação dos territórios tradicionais. O Boi Caprichoso se faz presente nesse momento histórico por meio de vozes que constroem a arte com propósito de luta.


“É muito importante para nós, povos indígenas, porque aqui nos unimos às lideranças indígenas, às forças que nós temos da nossa ancestralidade pra lutar pelos nossos direitos, pelos nossos territórios, por uma educação boa, pela saúde e por todos os indígenas que não puderam estar aqui hoje”, destaca a conselheira de arte e indígena, Gilvana Borari.
A cunhã-poranga indígena do Caprichoso, Marciele Albuquerque, é uma das ativistas mais engajadas no Acampamento. Pelo azul e branco, também participaram a conselheira de arte e indígena, Gilvana Borari; o comunicador Adolfo Tapauina; a liderança indígena do Baixo Tapajós, Auricelia Arapiun; Vanda Witoto; Valtinho Kumaruara e o grupo de mulheres indígenas Suraras do Tapajós (Val Munduruku, Leila Borari, Keissi Borari, Adelina Borari, Jaciara Borari). O tripa oficial Alexandre Azevedo também participou do evento e abrilhantou ainda mais o apoio do Boi Caprichoso à causa indígena.


“O ATL também é um espaço de celebração, de compartilhamento cultural, trazendo a força e a resistência dos verdadeiros donos do Brasil. Viemos lutar, resistir e mostrar que seguimos firmes na defesa da nossa existência”, disse Marciele Albuquerque.
Em 2025, mais de 6 mil indígenas de cerca de 200 povos de todas as regiões do Brasil estão reunidos em Brasília para a mobilização. O movimento defende causas indígenas, em especial a demarcação das terras dos povos originários. O Acampamento Terra Livre iniciou na segunda-feira (7) e se estende até amanhã (11).