O escritor húngaro László Krasznahorkai ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 2025, anunciou a organização do prêmio nesta quinta-feira, “por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”.
“Laszlo Krasznahorkai é um grande escritor épico na tradição da Europa Central, que se estende de Kafka a Thomas Bernhard, e é caracterizado pelo absurdismo e pelo excesso grotesco”, afirmou a Academia em um comunicado.
“Mas há mais recursos em seu currículo, e ele também olha para o Oriente, adotando um tom mais contemplativo e refinadamente calibrado.”
Segundo húngaro a ganhar o prêmio, concedido pela Academia Sueca, depois de Imre Kertész em 2002, Krasznahorkai nasceu na pequena cidade de Gyula, no sudeste da Hungria, perto da fronteira com a Romênia.
Sua obra de sucesso de 1985, Sátántangó, se passa em uma área rural igualmente remota e se tornou uma sensação literária na Hungria.
“O romance retrata, em termos poderosamente sugestivos, um grupo de moradores desamparados em uma fazenda coletiva abandonada no interior da Hungria, pouco antes da queda do comunismo”, disse a Academia.

Krasznahorkai teve uma estreita parceria criativa com o cineasta húngaro Béla Tarr. Várias de suas obras foram adaptadas para o cinema por Tarr, incluindo “Sátántangó” e “A Harmonia Werckmeister”.
A colaboração entre eles foi aclamada pela crítica. Em 1993, Krasznahorkai recebeu o Prêmio Bestenliste alemão de melhor obra literária do ano por “A Melancolia da Resistência”.
Estabelecidos pelo testamento do inventor da dinamite e empresário sueco Alfred Nobel, os prêmios por realizações em literatura, ciência e paz são concedidos desde 1901.
Os vencedores anteriores do prêmio literário de 11 milhões de coroas suecas (US$1,2 milhão) incluem o poeta e ensaísta francês Sully Prudhomme, que conquistou o primeiro prêmio, o romancista e contista americano William Faulkner em 1949, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial em 1953, o turco Orhan Pamuk em 2006 e o norueguês Jon Fosse em 2023.
O prêmio do ano passado foi conquistado pela autora sul-coreana Han Kang, que se tornou a 18ª mulher – a primeira foi a autora sueca Selma Lagerlof em 1909 – e a primeira sul-coreana a receber o prêmio.