Os muros da fachada do Bumbódromo de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) serão tomados por novas cores por meio da nova obra intitulada “Brasil futuro, ancestral”, de autoria do artista parintinense Pito Silva. O mural estampará a entrada do centro cultural pela avenida Paraíba, sendo também o cenário para a Praça dos Bois.
A obra está em fase de preparo e estima a utilização de 239 litros de tinta, que se justifica pelas dimensões do trabalho artístico, formado por um conjunto de três grandes murais — cada um medindo 9 metros de altura e 7 metros de comprimento. Nas laterais, um curumim e uma cunhatã da etnia Sateré-Mawé, e no centro, um indígena idoso resgatando a ancestralidade dos povos originários.
“A obra traz uma reflexão e a importância cultural que herdamos dos nossos ancestrais”, explica Pito Silva. “Destaque também para a importância da preservação e a continuidade de tudo isso, que possa ser preservado e transmitido de geração a geração”, destaca o artista, que diz encontrar inspiração nas obras dos parintinenses Lenilson Sampaio, Josinaldo Matos, Glaucivan Silva, Evanil Maciel e, do cenário internacional, ele cita o francês Florian Nicolle.
O mural “Brasil futuro, ancestral” tem a curadoria de Diego Omar. A técnica mista do grafite aliada às pinceladas tradicionais é uma característica dos trabalhos de Pito.
“Assinar uma obra como essa representa um novo começo e a reafirmação da minha verdade e identidade, enquanto artista, e faz com que eu reflita sobre quem sou enquanto pessoa, parintinense. Não me refiro a isso [obra] como trabalho, é a minha vida. É o que eu sempre fiz, faço e não consigo ver a minha vida sem fazer isso, em hipótese alguma”, disse o artista que, além das telas, incentiva novas gerações da cultura do hip-hop, atuando como professor de danças urbanas no Liceu de Artes e Ofício Claudio Santoro de Parintins.
Arte a céu aberto
O 56° Festival Folclórico de Parintins desempenha um importante papel na difusão dos trabalhos de artistas locais e, percebendo esta janela de oportunidades, diversos projetos culturais são desenvolvidos neste sentido.
O muralismo que colore a Ilha Tupinambarana é uma das iniciativas. No ano passado, ganhou repercussão o mural “Vitória da Cultura Popular”, da dupla Curumiz, que tomou a fachada principal do Bumbódromo e se tornou a marca oficial do festival. Outros muros da cidade foram revitalizados com pinturas de artistas locais, dando vida à primeira edição do projeto “Parintins Galeria Cidade Aberta”.
Neste ano, os visitantes que escolheram como destino o 56º Festival Folclórico de Parintins, que acontece nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho, vão se deparar com o colorido dos muros tomando toda a cidade. A galeria a céu aberto será ampliada para outros 10 muros, incluindo o mural “Brasil futuro, ancestral”.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, disse que o festival fomenta a cadeia produtiva cultural do Amazonas. “Parintins é um celeiro de artistas e, na temporada do festival, encontram a oportunidade de expor as suas obras, descentralizando a arte do interior do Amazonas, ultrapassando as limitações geográficas e alcançando várias camadas ao redor do mundo”, pontua Muniz.
“Neste ano não será diferente, a cidade irá ganhar novos muros e a entrada do Bumbódromo, onde se concentram as agremiações, também receberá uma obra grandiosa que, certamente, irá repercutir além do estado”, reforça o secretário.
Segundo o diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil, Victor Bicca, por meio de iniciativas como essa, a empresa se empenha ativamente no desenvolvimento do estado. “Estamos comprometidos em auxiliar o Amazonas a alcançar um desenvolvimento sustentável, e esta jornada perpassa os investimentos na cultura. O Festival Folclórico de Parintins desempenha um papel estratégico para o estado e, principalmente, para a comunidade local”, afirma.
O diretor também ressalta que a meta do desenvolvimento sustentável mantém a Coca-Cola Brasil fiel ao Festival Folclórico de Parintins há quase três décadas. “Por esse motivo, temos sido patrocinadores oficiais do festival nos últimos 27 anos. Essa parceria nos permite gerar trabalho e renda para a região, além de apoiar os talentosos artistas locais. Estamos felizes em contribuir para o fortalecimento da cultura amazônica e por estabelecer parcerias que impulsionam a arte amazonense”, finaliza Bicca.