Abril é o mês de comemorar e ressaltar a importância dos povos tradicionais para a nossa nação. A quarta-feira (19), se tornou símbolo, por ser o Dia dos Povos Indígenas. A região Amazônica é lar daqueles que cuidam e celebram a vida de forma sustentável.
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Para prestigiar essa data histórica, a cantora e ativista, Márcia Novo, lançou a toada “Tarumã, Baré, Manao” com a colaboração dos artistas David Assayag, Márcia Siqueira e a indígena Yra Tikuna. A obra já está disponível nas plataformas de streaming.
“Eu percebo que sabemos muito sobre a história de outros lugares e deixamos de conhecer a nossa. A toada narra um pouco do passado de Manaus, que era a grande ‘civilização de palha’. Somos Tarumã, Baré, Manao e essa música é para nunca deixar esquecer”, explica Márcia Novo.
Segundo a artista, a inspiração para compor a música veio a partir de um artigo científico do Doutor José Ribamar Bessa Freire, publicado na Revista do Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). No intuito de aproximar as pessoas da história, a letra da música apresenta o nome destes povos com um refrão marcante, que também intitula o nome da toada.
Junto com Márcia, assinam a composição Thaianty dos Santos e Yra Tikuna. A índigena traz para a canção toda a sua ancestralidade, representação, poder e força. Com o talento, a professora tem conquistado cada vez mais espaço no cenário local. Já com o ativismo, ela tem se empenhado em ensinar sobre resistência e cultura dos povos da floresta.
“Manaus é terra indígena, a toada ‘Tarumã, Baré, Manao’ é um registro importante e bonito disso para todos nós”, observa Yra Tikuna. A artista também realizou um sonho ao gravar com uma de suas referências musicais, o cantor David Assayag.
Projetos que buscam expandir a música Amazônica
O lançamento da toada é o início do projeto We Are Amazonas (Nós Somos Amazonas) que pretende expandir a cultura amazônica a nível nacional e internacional.
“Eu, Márcia Siqueira, David Assayag e Yra Tikuna encabeçaremos esse projeto que é uma difusão da música do Amazonas. Queremos construir um produto que possa exportar a nossa música, que canta a Amazônia, que canta sobre os nossos rituais, mas sem esquecer a importância do protagonismo indígena neste processo”, declara Márcia Novo.
O single também marca o pontapé do Eletroboi 2, com novos timbres e arranjos, exaltando e dando protagonismo aos povos da Floresta. A nova fase expande o case de sucesso da primeira versão, que fez uma releitura de toadas dos Anos 90 com beats eletrônicos.
Causa Indígena
Ao lado de Yra Tikuna, Vanda Witoto, Sâmela Sateré Mawé e Thaís Kokama, Márcia Novo fundou e realizou o projeto Vidas Indígenas Importam, durante a pandemia, que prestou assistência para famílias indígenas. A experiência influenciou a artista a usar seu trabalho para trazer protagonismo à causa.
“Conhecer de perto e viver essa realidade com indígenas, com certeza, é uma quebra de muitos paradigmas. Foi na convivência que entendi a importância do protagonismo deles e de trazê-los para essa construção. Como uma das porta-vozes da nossa cultura, eu também posso colaborar para melhorar a nossa sociedade, faço e continuarei fazendo isso com o meu trabalho”, finaliza Novo.
*Com informações da Assessoria