A atriz e humorista Berta Loran morreu no último domingo (28), no Rio de Janeiro, aos 99 anos. A informação foi confirmada à imprensa pelo Hospital Copa D’Or, que lamentou a perda e prestou solidariedade a perda e prestou solidariedade à família, amigos e fãs.
Batizada como Bsza Ajs, Berta Loran nasceu em Varsóvia em 23 de março de 1926, e adotou o nome que, futuramente seria artístico, assim que chegou ao Brasil, aos nove anos. Seu pai, José Ajs, era alfaiate e também ator, conhecido por se apresentar para a comunidade judaica no Brasil.
Aos 14 anos, a atriz subiu ao palco pela primeira vez. “Eu sempre fui trapalhona, traquina, sapeca, danada. Botei o salto alto da minha mãe e subi no palco. Quebrei o salto e saí mancando. O povo começou a rir. E eu gostei! Pensei comigo: ‘o bom é fazer rir'”, disse ela no Memória Globo.
Cinco anos mais tarde, aos 19, ela se casou com o ator Handfuss e mudou-se para Buenos Aires, onde morou durante dois anos. Fez estreia na TV durante o programa Espetáculos Tonelux, estrelado por Virgínia Lane e dirigido por Mário Provenzano, na TV Tupi.
Em 1957, Berta recebeu um convite para fazer uma temporada de seis meses em Portugal com a peça Fogo no Pandeiro. Com o sucesso do espetáculo, a artista ingressou em uma companhia de teatro portuguesa e morou seis anos no país, firmando-se, então, como atriz cômica.
Ao retornar ao Brasil, em 1963, foi contratada pela TV Record, por intermédio de Bibi Ferreira. Na sequência, aceitou o convite de Oscar Ornstein para atuar com Moacyr Franco na temporada carioca do musical “Como Vencer na Vida sem Fazer Força”, de Shepherd Mead, dirigida por Augusto César Vannucci.
Humor na TV Globo
Em 1966, Loran foi convidada por Boni para trabalhar na Globo e participar do elenco fixo de “Bairro Feliz”. Depois, ela ainda integrou o elenco da maioria de programas humorísticos da casa, como “Riso Sinal Aberto”, “Balança Mais Não Cai”, “Faça Humor, Não Faça Guerra”, “A Festa é Nossa” e “Humor Livre”.
Já em 1991, a atriz iniciou uma duradoura parceria com o humorista Chico Anysio, integrando o elenco de “Estados Anysisos de Chico City”. Em seguida, viveu a personagem portuguesa Manuela D’Além-Mar, na primeira edição da “Escolinha do Professor Raimundo”.
Com mais de sete décadas de carreira, a atriz deu vida à mais de 2 mil personagens no teatro e na televisão. Vivendo reclusa, Loran não fazia grandes participações desde 2019, quando viveu Dinorá em “A Dona do Pedaço”.