Acontece neste sábado (30), a partir das 19h, na Maloca dos Povos Indígenas, no Parque das Tribos, a Mostra Itinerante de Audiovisual do projeto Cine Bodó. A iniciativa que busca pensar o audiovisual como ferramenta de cidadania e propõe formação e produção de cinema, nas periferias de Manaus, acontece desde 2015 e sua execução só se torna possível através de fomentos pontuais, trabalhos voluntários e o apoio das comunidades de todas as zonas da cidade, por onde o projeto passou.
A tradicional Mostra Itinerante é um momento muito aguardado por todos os participantes. Em 2024, as oficinas de produção audiovisual aconteceram para 24 participantes divididos em duas turmas, nos dias 26, 27 e 28 de março.
O projeto Cine Bodó está em sua 6ª edição e já alcançou mais de 300 jovens e adolescentes, esteve em pelo menos 16 comunidades, e produziu mais de 20 curtas-metragens.
A iniciativa tem a concepção da diretora de cinema Dheik Praia e produção da artista visual e realizadora audiovisual, Keila Sankofa, profissionais que vieram da periferia e tiveram sua formação por meio de iniciativas sociais como esta.
Para Dheik Praia, o Cine Bodó é um aprendizado. Uma vivência que possibilita encontrar pessoas e trocar experiências. Além disso, a diretora acredita que o projeto é uma ponte de sensibilização, ao pautar formação.
“Sabemos que a rotina da juventude tá ali, com o mundo na palma da mão, mas será que eles têm noção da dimensão e do poder de ação que a comunicação é capaz? A grande maioria tem um smartphone na mão, mas o que está sendo consumido ali, ou compartilhado? Então acredito que o Cine Bodó hoje é isso, uma oficina, que mesmo que não seja possível aprofundar todos os conteúdos que atravessam a produção audiovisual, certamente a turma que a gente encontra não sai da vivência como chega”, pontua Dheik Praia.
Já a produtora do projeto e artista, Keila Sankofa, destaca que existem muitas configurações em uma cidade, e por isso, compreender sua amplitude e diversidade só é possível caminhando por ela.
“Esse projeto é amplificador de todos da equipe, que são pessoas de periferia que tiveram suas vidas modificadas pela arte, e hoje, compartilham esses conhecimentos com diversas crianças e jovens dos bairros da cidade de Manaus, isso desde 2015. Compreendemos o audiovisual como uma ferramenta de cidadania, que pode colaborar para que as pessoas possam falar e narrar suas próprias histórias em primeira pessoa”, finalizou Keila Sankofa.