Produzido pela companhia amazonense Buia Teatro, a opereta infantojuvenil “Cabelos Arrepiados” encerra neste domingo (30) a temporada no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB Brasília.
Com libreto da dramaturga carioca Karen Acioly – referência no teatro para a infância – e direção do produtor cultural Tércio Silva (diretor do espetáculo e fundador da Cia, ao lado da atriz, figurinista e artista visual Maria Hagge), a opereta tem rendido casa cheia em todas as sessões do espaço cultural brasiliense, que possui capacidade para 327 pessoas.
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A peça – que estreou nos palcos do espaço cultural brasiliense no último dia 13, após ser selecionada no Edital de Patrocínio CCBB 2023/2025 – conta a história de cinco crianças insones que enfrentam os medos gerados pelos maus pensamentos, ao mesmo tempo em que refletem sobre amizade, união fraternal, diálogo com os pais e os perigos da destruição do meio ambiente e do consumo desenfreado.
Combinando teatro vivo e formas animadas, criadas pelos artistas Cleyton Diir e Dante, “Cabelos Arrepiados” transporta o público para um universo mágico e sobrenatural.
“Estamos muito gratos pela oportunidade de apresentar nosso projeto em Brasília, com apoio do Banco do Brasil, que é um grande incentivador da cultura brasileira. Ao longo dessa temporada, temos recebido diversos elogios e é muito recompensador ver a reação do público. Tanto crianças quanto adultos saem maravilhados após 50 minutos de muito encantamento”, salienta Tércio.
Estética “sobrenatural”
Além da estética inspirada nos universos sobrenaturais de Tim Burton e Edward Gorey, a obra conta com palco giratório, trilha sonora executada ao vivo e um texto que prende do começo ao fim.
Uma das estrelas do espetáculo é o boneco Tico, desenvolvido por Dante. A criação é manipulada pelo elenco, formado por Maria Hagge (que interpreta as pequenas Cora, Clara e Flora), Magda Loiana (Flora, uma das cinco crianças), Dimas Mendonça (o pequeno Ciro) e Roque Baroque e Gustavo Gutemberg (nos papéis dos guardiões dos sonhos Juca e Chico, respectivamente).
“Todo o projeto foi feito para potencializar a atmosfera onírica dos sonhos, especialmente diante do texto da talentosa Karen Acioly, que reconhece as angústias das crianças urbanas, cada vez mais conectadas e com hábitos noturnos pouco apropriados. ‘Cabelos Arrepiados’ mistura fantasia, perigos reais e hipotéticos, humor e soluções inusitadas”, pontua Tércio.
Repercussão
Com a estreia de “Cabelos Arrepiados” no CCBB Brasília, foi a primeira vez que um espetáculo infantojuvenil criado por um coletivo independente da região Norte do país chegou ao espaço, inaugurado em 12 de outubro de 2000 após uma grande reforma de adaptação do Edifício Presidente Tancredo Neves. “Isso evidencia que nosso trabalho está contribuindo para ampliar a visibilidade e o reconhecimento dos artistas da nossa região”, salienta Tércio.
Prêmios e indicações
Encenado desde 2021, o espetáculo da companhia Buia Teatro já circulou por diversos estados brasileiros e foi visto por mais de 20 mil pessoas, garantindo importantes indicações e prêmios e ainda aclamações da crítica especializada.
De acordo com o renomado crítico teatral Rodrigo Ferret, “as atuações são consistentes e chamam o público ao mundo da noite já no início, com um desfile um tanto quanto fúnebre que prenuncia que algo assustador viria. O cenário é lúdico com um palco giratório com espirais, hipnótico. O figurino é belo e bem cuidado, trazendo delicadeza à peça, com tons antigos e clássico. A iluminação completa o mundo, ambientando a plateia aos sonhos”.
Ferret ainda encerra o texto pontuando que é “interessante podermos assistir um grupo forte vindo do Norte, de Manaus – Amazônia, a Cia Buia de Teatro, que tem a oportunidade de circular pelo país mostrando sua arte em simbiose com o texto de Karen Acioly, uma das maiores dramaturgas infantojuvenis do país”.
Mais informações sobre a temporada em Brasília podem ser observadas no portal www.bb.com.br/cultura.
*com informações da assessoria