Parintins (AM) – Na noite de sexta-feira (23), o Conselho Fiscal do Boi Garantido decidiu afastar o presidente, Antônio Andrade, e a vice-presidente, Ida Silva. O afastamento se baseia em indícios de violação dos deveres de seus cargos. Como resultado, Adson Silveira, diretor administrativo do boi-bumbá, assumirá como presidente interino.
Na quarta-feira (21), o Conselho emitiu um comunicado solicitando o afastamento dos dois cargos, bem como de toda a mesa-diretora do boi vermelho e branco.
No documento, o conselho avalia a gestão da diretoria atual como irresponsável e negligente, apontando uma falta de transparência no uso dos recursos públicos destinados ao boi-bumbá.
Ofício enviado a SEC
Antônio Andrade Barbosa, ameaçou, por meio de ofício, não colocar o boi na arena durante o 56º Festival Folclórico de Partintins. O documento entregue no dia 19 de junho é endereçado ao secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz. As informações são do BNC Amazonas.
No documento (ofício 65), ele diz que “a diretoria precisou tomar duas decisões imediatas”, sendo que “somente uma dessas opções poderia ser tomada, dada a escassez pecuniária atual”.
- Realizar a apresentação no Festival Folclórico de Parintins 2023 com sérias dificuldades de naturezas diversas, principalmente financeiras;
- Efetivar o pagamento de todos os recursos humanos envolvidos na construção do Boi 2023.
O documento fala ainda que a diretoria foi obrigada a tomar tal decisão, para evitar colapso, calamidade e até morte.
“Diante do cenário e dessas alternativas, fomos obrigados a seguir pela segunda opção, ou seja, pagar todos os funcionários do Bumbá. Isso implica a ausência de condições de nos apresentarmos nas três noites do Festival. Objetiva-se, assim, não só o pagamento dos trabalhadores, mas também evitar o colapso que se aproxima em caso de não cumprimento do acordado com nossos artistas em geral. Trata-se de calamidade iminente, com direito a ameaças de morte e cenário de caos social que deverá afetar não somente o Boi Garantido, mas a cidade de Parintins como um todo”.
O documento dá um prazo para o governo reverter a possível decisão. “Comunicamos Vossa Senhoria, entendendo que, em caso de algum auxílio de sua parte para que possamos sair da situação narrada, ele deve ser feito entre hoje e amanhã, caso contrário, não teremos mais tempo para quaisquer providências que possam reverter o acima colocado”, finaliza.