Manaus (AM) – Sucesso de público, a primeira edição do Festival Literário do Centro (Flic) encerrou, neste domingo (23), com a ocupação de parte da Rua Barroso, local onde está localizado o Centro Cultural Casarão de Ideias (CCCI), responsável pela iniciativa. De acordo com João Fernandes, idealizador da ação e diretor do espaço cultural, cerca de 8,5 mil pessoas participaram de lançamentos de livros, mesas-redondas e outras atividades.
“Hoje, ver essa rua lotada, e saber que 2 mil livros, entre vendidos e doados, foram parar na casa das pessoas é gratificante. Se nós tivéssemos muitas atividades iguais a essa constantemente, quantos livros teríamos? Então, não é a ausência do querer, é a democratização do acesso que não acontece. Nós, do Casarão de Ideias, temos a missão de compartilhar a cultura. Somos um espaço que promovemos o fazer cultural na cidade. Essa rua é nossa e temos que ocupá-la diariamente”, comentou Fernandes.
Ao todo, 18 barracas foram montadas fomentando o empreendedorismo local e 25 autores puderam lançar suas obras. Dentre eles, esteve Lucila Bonina Simões que lançou o livro ‘Os Sapos Contaram’. Segundo ela, a coisa mais bonita do Flic foi a questão da urbanidade.
“Quando me inscrevi para lançar minha obra, o que me deu mais alegria foi a rotatividade. Ao mesmo tempo estou ao lado de vários escritores que estão lançando seus livros, e a força da cultura é a força do coletivo. Às vezes, os eventos culturais são tão individualistas, mas o Flic mostra a importância de estar lado a lado, juntos, sem competição”, disse.
Outro escritor que marcou presença foi Jan Santos. Responsável pela obra ‘Livro do Rio: Iguaraguá’, que conta com ilustrações de Yan Bentes, ele salientou que o que mais chamou atenção no Flic foi a questão do “movimento”. “Por que agita muitos espaços culturais ao redor do evento, tais como o Casarão de Ideias, a Biblioteca Pública do Estado, os sebos da Praça Heliodoro Balbi… Então este movimento, articulando os produtores da cultura, os trabalhadores da cultura, isso, para nós, faz uma diferença muito grande”, falou.
Atividades
Além das redes para leitura que foram suspensas por estruturas de madeira que remetiam aos barcos, outras atrações também chamaram a atenção como os espaços instagramáveis, as barracas com venda de comidas, livros e roupas e, claro, as mesas redondas. A primeira delas foi ‘Escritas das Negritudes Brasileiras’, com Luciany Aparecida e Patrícia Melo, e mediação de Adriana Aguiar.
Na sequência foi a vez da mesa-redonda ‘Escritas Periféricas’, com Márcia Antonelli e Dayrel Teixeira, do Funkeiros Cult, e mediação de Fátima Souza; e por fim, ‘Futuro Ancestral’ com Ailton Krenak, João Paulo e Vanda Witoto, e mediação de Thiago Roney. Com uma rua lotada, o evento deve ser realizado, novamente, em 2024.
O Festival Literário do Centro foi uma realização do Centro Cultural Casarão de Ideias, com parceria do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), e apoio da Bemol, Valendo – Economia Criativa da Amazônia, Caxiri, Boutique Hotel Casa Teatro, Peixaria do Leite, Casa da Pamonha, Xuate e Companhia da Cultura.