O The New York Times elegeu os 10 melhores livros de 2025, sendo cinco de ficção e cinco de não ficção. O levantamento foi feito a partir das escolhas dos editores e críticos do jornal norte-americano.
“De romances que nos transportam dos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial às discotecas suecas contemporâneas, aos salões de um convento na zona rural da Austrália, e dos estúdios de cinema nazis às galerias de arte de Nova Iorque, onde os imigrantes procuram um sentido de ligação, as nossas escolhas de ficção oferecem histórias abrangentes sobre temas atuais e atemporais, com um sentido de entusiasmo e estilo”, escreveu a publicação.
“Na não ficção, escolhemos relatos jornalísticos envolventes sobre a crise imobiliária e uma igreja negra histórica, juntamente com uma biografia fascinante de um pintor incompreendido, um livro de memórias tenso de mãe e filha e uma fascinante história de naufrágio que é tanto uma meditação sobre o casamento quanto uma aventura marítima.”
Anteriormente, o jornal norte-americano, que é uma das principais referências em crítica literária, destacou 100 lançamentos deste ano. Agora, selecionou os melhores. Veja abaixo.
Os 10 escolhidos ainda não foram traduzidos para o português, mas podem ser encontrados na versão original online ou em algumas livrarias.
Os 10 melhores livros de 2025, segundo o The New York Times
Ficção
- Angel Down, de Daniel Kraus
Ambientado na Primeira Guerra Mundial, a trama acompanha um grupo de soldados enviado para a Terra de Ninguém para matar um colega, mas chegando lá, encontram um anjo caído que pode encerrar a guerra, mas o grupo é consumido por ganância e paranoia. A missão de proteger o ser celestial transforma-se numa descida ao inferno, ameaçando a sobrevivência de todos.

- The Director, de Daniel Kehlmann
O aclamado diretor de cinema G.W. Pabst foge dos nazistas para Hollywood, mas retorna à Áustria para ver a mãe que está doente. Confrontado com a barbárie do regime, ele recebe uma “ordem” disfarçada de Joseph Goebbels para usar seu talento na propaganda nazista. Pabst, ao tentar resistir à ditadura em nome da arte, inicia um perigoso envolvimento que explora a tênue linha entre a arte, o poder e o terror.

- The Loneliness of Sonia and Sunny, de Kiran Desai
Sonia e Sunny se reencontram em um trem noturno após um passado fracassado. Sonia, uma aspirante a romancista, retorna à Índia atormentada por um feitiço; Sunny, um jornalista, foge de sua mãe e da violência de seu clã, buscando uma vida em Nova York. Juntos, eles embarcam em uma busca pela felicidade e lidam com alienações modernas, em uma saga familiar que aborda amor, classe, raça e história entre gerações.

- The Sisters, de Jonas Hassen Khemiri
As vidas entrelaçadas de três irmãs meio tunisianas – Ina, Evelyn e Anastasia – e a conexão com Jonas, o narrador, abrangendo três décadas e vários continentes, a história explora temas de identidade, alienação e destino à medida que uma maldição familiar e verdades chocantes vêm à tona.

- Stone Yard Devotional, de Charlotte Wood
Exausta e precisando de retiro, uma mulher de meia-idade deixa Sydney para retornar ao lugar onde cresceu, refugiando-se em uma pequena comunidade religiosa escondida nas planícies áridas da Austrália rural. Mas a inquietação logo interrompe esta vida isolada. Primeiro, os restos mortais de uma irmã que desapareceu décadas antes são devolvidos ao mosteiro, trazendo à tona anos de luto e dor. E então, um visitante inesperado e perturbador mergulha a narradora ainda mais em seu passado…

Não ficção
- A Marriage at Sea, de Sophie Elmhirst
Maurice e Maralyn, um casal peculiar que odeia desperdiçar a vida, largam tudo em 1972 para velejar pelo mundo, mas no Pacífico seu barco afunda após ser atingido por uma baleia. Eles embarcam em uma luta angustiante pela sobrevivência em um pequeno bote salva-vidas por meses, enfrentando fome e a falta de esperança. Sozinhos no mar, seus demônios internos vêm à tona, testando brutalmente o casamento e a natureza do amor em condições extremas.

- Mother Emanuel, de Kevin Sack
Em 17 de junho de 2015, um supremacista branco assassinou o pastor e oito fiéis na igreja Mother Emanuel AME, em Charleston, um local histórico para a vida negra no Sul dos EUA. O livro explora como o ato de ódio inesperadamente gerou um profundo perdão por parte das famílias das vítimas e um acerto de contas com as divisões raciais na cidade. Usando a igreja como um microcosmo, a obra traça a longa história do metodismo africano e da resiliência negra, desde a escravidão até o Movimento pelos Direitos Civis.

- Mother Mary Comes to Me, de Arundhati Roy
A obra narra de forma íntima e inspiradora a jornada da autora até se tornar a escritora que é hoje, focando no complexo e crucial relacionamento com a mãe “extraordinária e singular”, Mary, descrita como seu “abrigo e tempestade”. Após a morte de Mary em 2022, Roy escreve para entender a intensidade de sua dor e traça seu caminho desde a infância em Kerala, Índia, até o sucesso literário

- There Is No Place for Us, de Brian Goldstone
O livro investiga a escandalosa realidade dos “sem-teto que trabalham” nos EUA, onde salários baixos e aluguéis altíssimos levam famílias com empregos de tempo integral à rua. O autor acompanha cinco famílias em Atlanta e, por meio de retratos íntimos, revela o custo humano dessa crise, mostrando a magnitude do problema e argumentando que a moradia deve ser um direito humano fundamental.

- Wild Thing, de Sue Prideaux
A obra é uma biografia de Paul Gauguin que, além de celebrar o gênio pós-impressionista de cores ousadas, explora sua vida incomum e complicada. O livro revela que o artista foi corretor da bolsa e, após a crise de 1882, lutou pela arte, trabalhando como vendedor, escavador de canais e jornalista no Taiti.


