A mapoteca que fazia parte do acervo técnico do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), enfim foi catalogada pelos estudantes voluntários da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que recebeu como doação o acervo de 212 projetos de arquitetura, urbanismo e paisagismo
Os projetos arquitetônicos físicos catalogados somam mais 800 pranchas em diversos formatos, compreendendo o período de 1993 a 2000. Os trabalhos estão na metade das gavetas da mapoteca, conforme explicou o coordenador do Grupo de Pesquisa Arquitetura Moderna na Amazônia (Grupo Ama), arquiteto Marcos Cereto, da Faculdade de Tecnologia da Ufam.
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A previsão é que após a conclusão dos trabalhos de catalogação e identificação, se tenha uma relação de todos os projetos, acessível no site do Núcleo Arquitetura Moderna na Amazônia (Nama) nama.ufam.edu.br até o aniversário de Manaus (24 de outubro).
Há tratativas com o Implurb e outras entidades para encontrar soluções para digitalizar o conteúdo, para que ele fique disponível para a sociedade.
“É um trabalho que envolve um grupo de estudantes voluntários do curso de Arquitetura e estamos numa atividade acadêmica, para identificação de cada projeto, separação deles e, então, uma ação mais técnica, que é verificar prancha por prancha quais são as informações, a autoria, o desenhista que participou muitas vezes da elaboração. E isso envolve um determinado tempo”, explicou Cereto.
Dentro dos próximos 15 dias deve iniciar a quarta turma de alunos universitários para continuar o processo com o acervo da Prefeitura de Manaus.
Disponível ao público
Para o aniversário da cidade, o arquiteto afirmou que a meta é colocar a relação dos trabalhos já catalogados no site do Nama para consulta de interessados e disponível ao público, mas ainda sem a digitalização.
O acervo agora tem a guarda e responsabilidade de manutenção pelo Nama. As mapotecas são de uma época anterior à computação gráfica e o material é composto de projetos feitos em pranchetas em papel vegetal, papel manteiga e plantas técnicas.
Para o vice-presidente do Implurb, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade, esse acervo é muito importante pela história dos profissionais e pelos projetos desenvolvidos para Manaus e na capital no período, especialmente da década de 1990. “Estamos no caminho certo para resgate desta memória e manutenção”, comentou.
No acervo, estão projetos realizados ou não de maternidades, escolas, sede da Prefeitura de Manaus, postos de saúde, parques, praças e intervenções viárias. Conforme primeira verificação do material recebido do arquivo do Implurb, entre os projetos está um antigo do calçadão da Ponta Negra, realizado no final da década de 1990, pelo arquiteto Severiano Porto.
As plantas e projetos das mapotecas compõem a história do planejamento urbanístico da capital amazonense, da época da extinta Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Semdurb), que deixou de existir em 2006, dando lugar ao Implurb.
Conforme Cereto, o Nama já tem o acervo do arquiteto Severiano Porto, um dos mais significativos nomes do Amazonas, além do acervo privado do arquiteto José Henriques, que foi ex-presidente do Implurb.