As ações da Azul e Gol operavam com forte alta nesta quinta-feira (16), puxadas pela repercussão do anúncio de união dos negócios entre as companhias aéreas.
Às 10h47, os papéis da Azul registravam ganhos de 7,48%, a R$ 4,75. Já as ações da Gol, no mesmo horário, subiam mais de 11%.
O grupo controlador da Gol e da Avianca, o grupo Abra, assinou um memorando de entendimento para união dos negócios com a companhia aérea Azul, de acordo com informação divulgada nesta quarta-feira (15).
O comunicado cita que o acordo é apenas uma “fase inicial de um processo de negociação entre a Abra e a Azul para explorar a viabilidade de uma possível transação”.
As empresas já operam sob um acordo de cooperação com objetivo de ampliar a oferta de destinos e conveniência aos passageiros.
A Azul e a Gol devem apostar na complementaridade de suas malhas para obter aprovação antitruste. Juntas as áreas detém aproximadamente 90% das rotas são complementares e não sobrepostas.
A Gol está mais focada em grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, enquanto a Azul possui uma malha mais ampla.
Perguntado sobre possíveis preocupações do mercado com fatores concorrenciais, o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, disse em entrevista à Reuters que outras empresas com participações dominantes em seus mercados domésticos, como a Latam no Chile, a Lufthansa na Alemanha e IAG no Reino Unido.
“Esses outros países entenderam a importância de ter uma empresa forte que pode crescer. Especialmente uma empresa forte que compra aeronave local”, afirmou o executivo.
Em nota, a Azul cita que as duas empresas têm quase 90% de rotas complementares no Brasil. Para a Azul, o plano colocaria “o Brasil em um nível maior de força global em um setor altamente globalizado”.
A frota da Azul inclui jatos regionais da Embraer, além de aviões tanto de corredor único quanto de corredor duplo fabricados pela Airbus. Ao todo são 182 aeronaves. Já a Gol opera apenas o modelo Boeing 737, com uma frota de 138 aeronaves.