A Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) anunciou orçamento de R$ 286,5 milhões para 2024, 5% maior que foi em no ano passado, com foco no investimento em tecnologia e na expansão das parcerias, com uma nova linha de crédito para contemplar Startups.
O orçamento deste ano está dividido em R$ 142 milhões destinados ao microcrédito, que tem operações até R$ 21 mil; R$ 80 milhões para o crédito de varejo, cujo crédito vai de R$ 21 mil a R$ 200 mil; e R$ 44,5 milhões para o crédito rural.
Para estes setores, o recurso do Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Amazonas (FMPES), advindo do Polo Industrial de Manaus, soma R$ 266,5 milhões. Além disso, outros R$ 20 milhões estão reservados para crédito a médias empresas.
De acordo com o diretor-Presidente da agência, Marcos Vinicius Castro, além da novidade para empresas emergentes, a Afeam vai lançar um novo aplicativo até o segundo semestre deste ano.
“Para 2024, queremos continuar investindo em tecnologia. Vamos lançar um aplicativo mais dinâmico até o segundo semestre, além de um produto que falta ganhar mais unidade, que é o das Startups para inovação. A ideia tem que ter saído do protótipo e estar em economia de escala. É uma parceria importante, uma linha específica de R$ 158 mil que a Sedecti [Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação] valida se tem inovação tecnológica”, afirma o gestor.
Segundo o diretor-presidente da agência, a linha de crédito para as empresas recém-criadas tem um prazo “muito flexível, sem garantias em reais, com tudo que vai ser necessário para que faça a escala do produto”.
“Já tinha essa visão de que a tecnologia nos levaria a menor custo e maior alcance nos municípios. Descentralizamos, criamos um modelo de negócio chamado ‘Portal Cliente’. Utilizei como estratégia e Ouvidoria, com as 15 perguntas mais feitas pelos clientes e criamos a plataforma que é intuitiva, didática, pedagógica. Com isso, conseguimos crescimento de 60%”, conta o diretor da instituição.
A estrategia soma-se às iniciativas já existentes que contemplam empreendedores de micro, pequeno, médio e grande portes, além de contar com linhas específicas para produtores rurais, mulheres, idosos e pessoas com deficiência.
“A Afeam está em um papel de desenvolvimento sutentável no Amazonas como instrumento de geração de emprego e renda. O crédito atua com a economia pulverizada, bem horizontal, com maior alcance e cada vez mais estamos convencidos que estamos no caminho certo, com maior número e volume de operações”, explica Marcos Vinicius Castro.
Aumento de orçamento e parcerias
Nesses primeiros dois anos do mandato de Wilson Lima, o Governo do Amazonas alcançou 50% da meta de destinar R$ 1 bilhão em fomento até 2026. Em 2023, a Afeam realizou 16 mil operações de crédito que geraram mais de R$ 262 milhões em investimentos, ultrapassando as metas estabelecidas pelo Governo do Estado para o ano e com alcance de 48 mil pessoas.
“A expectativa para este ano é atingir R$ 286 milhões, com aproximadamente 17 mil a 18 mil operações. O micro-crédito é o nosso carro-chefe. Em 2023, fomos a agência de fomento que mais teve alcance de aplicação, fizemos R$ 128 milhões em 14 mil operações, então é importante destacar o papel de maior aplicador dentre as 16 agências de fomento”, reflete o presidente da agência.
Em Manaus, os investimentos no ano passado foram da ordem de R$ 90,3 milhões. No interior, os recursos chegaram a R$ 171,7 milhões — ao todo, são R$ 175 milhões investidos na descentralização da economia regional, com aproximadamente 68% dos recursos do FMPES aplicados fora da capital.
“Financiamos todos os segmentos, todos os setores da economia são contemplados. Tínhamos dois e hoje temos 13 parceiros importantes o ano todo. [O calendário de ações] começou dia 9 de fevereiro, vai até dia 30 de novembro e estamos muito otimistas de alcançar a meta, em quatro anos seriam R$ 250 milhões de estimativa de aplicação”, revela Marcos Castro.
Até o momento, atuam junto à Afeam o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado (Idam), a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), a Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), a Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama), a Junta Comercial do Estado do Amazonas (Jucea), a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), a Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), o Sebrae e o Senac.
Geração de emprego e renda
Nestes 24 anos, a agência acumulou um impressionante recorde de realizações, atingindo a marca de R$ 2,28 bilhões aplicados em atividades produtivas em todo o Estado, e demonstrou seu compromisso contínuo com a melhoria da qualidade de vida da população amazonense, totalizando 261 mil operações de crédito com aproximadamente 760 mil empregos mantidos.
“Em cada operação de crédito, geramos três empregos. Em relação ao ano passado, foram 48 mil ocupações econômicas e o Governo do Estado vai estar mantendo. E de onde que vem esse recurso? Do Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Polo Industrial e a Afeam consegue aplicar crédito e gerar emprego e renda. É uma cadeia toda e com isso também o Governo do Estado arrecada. Então o fluxo do emprego e da renda está concebido”, explica o presidente da Afeam.
Como alternativas para o desenvolvimento desta cadeia produtiva, é possível citar o Crédito Rosa, voltado para mulheres autônomas ou microempreendedoras individuais (MEIs); e o programa +Crédito Amazonas; com as recentes parcerias com a Amazonastur e o Detran-AM, voltadas respectivamente para profissionais do turismo, bem como motoristas de aplicativo, taxistas e mototaxistas.
“Outra linha importante de destacar é a linha de energia sustentável. Financiamos projetos de micro e pequena geração para produtores rurais até R$ 200 mil, com taxa de 4,5% ao ano. É um crédito realmente que dá oportunidade de gerar mais caixa, com 12 meses de carência mais sete anos para pagar. O governador determinou, na temática da sustentabilidade, que criássemos um produto e foi o programa + Energia Sustentável, que está saindo cada vez mais da prateleira e já tem mais de R$ 3 milhões aplicados”, completa Marcos Vinicius Castro.
Renegociação de dívidas
A iniciativa de renegociação de dívidas implementada pela Agência de Fomento ao longo dos últimos anos permitiu que várias empresas superassem momentos desafiadores, especialmente com os adventos da pandemia da Covid-19, da cheia e da seca históricas para o Amazonas. Por meio de acordos flexíveis e transparentes, muitas empresas puderam reestruturar as finanças e evitar situações de insolvência.
O resultado, desde 2019, soma mais de R$ 160 milhões recuperados “com inadimplência controlada, que gira em torno de 6,8%, segundo fechamento de dezembro. O efeito transformador da economia pelo braço do fomento é importantíssimo, gera emprego e dá dignidade para as pessoas”, defende o presidente da Afeam.
Em 2019, houve pouco mais de R$ 10 milhões em renegociações. Em 2020, o número subiu para R$ 50 milhões, com 3,2 mil operações renegociadas. Em 2021, ainda sob efeito da pandemia, foram 3,9 mil operações, com R$ 52 milhões renegociados. Em 2022, o índice caiu 50%, para R$ 30,5 milhões, com 2 mil operações, enquanto em 2023, foram 3,8 mil renegociações, com R$ 47 milhões.
“Acreditamos que, além do apoio do crédito, a retomada da economia foi a medida que o governo teve para estímulo econômico, além da dilatação do prazo para recolhimento de tributos, não negativação das pessoas no SPC Serasa. Então nos destacamos assim, além das operações de crédito”, completa Marcos Vinicius Castro.
Vale ressaltar que todo o processo do crédito é feito de forma on-line, por meio do Portal do Cliente no site da Afeam ou por meio de parceiros técnicos.