A arrecadação federal no primeiro semestre bateu recorde ao atingir R$ 1,425 trilhão nos seis primeiros meses de 2025. O recorde anterior para o período era de 2024. Na época, a arrecadação federal somou R$ 1,38 trilhão.
O resultado do primeiro semestre de 2025 representa uma variação real de 4,38% na comparação com a arrecadação dos seis primeiros meses do ano passado.
Do total do semestre, R$ 1,365 trilhão é oriundo de receitas administradas pela Receita Federal e R$ 60,7 bilhões vêm de receitas administradas por outros órgãos.
Somente em junho, a arrecadação federal somou R$ 234,6 bilhões, um aumento real de 6,62% em relação ao mesmo mês de 2024. Desse total, R$ 226,6 bilhões vêm de receitas administradas pela Receita Federal e R$ 7,96 bilhões vêm de receitas administradas por outros órgãos.
Em comparação a maio, a arrecadação federal teve uma alta real de 1,69%. No mês, a arrecadação somou R$ 230,1 bilhões.
Veja a trajetória da arrecadação no primeiro semestre:
- Janeiro: R$ 301,2 bilhões;
- Fevereiro: R$ 202,5 bilhões;
- Março: R$ 209,7 bilhões;
- Abril: R$ 247,7 bilhões;
- Maio: R$ 230,2 bilhões;
- Junho: R$ 234,6 bilhões.
Entre os fatores que colaboraram para o resultado está a alta do IOF(Imposto sobre Operações Financeiras), o bom desempenho das arrecadações do Rendimentos do Capital do Imposto de Renda Pessoa Física e da Receita Previdenciária . Em junho, a arrecadação com o imposto totalizou R$ 8 bilhões, alta real de 38,8%.
“Esse desempenho pode ser justificado pelas operações relativas à saída de moeda estrangeira e pelas operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas, especialmente em decorrência de alterações na legislação do tributo”, diz o Fisco.
De acordo com o auditor-fiscal Claudemir Malaquias, os decretos relativos ao IOF editados nos últimos meses promoveram alterações em vários dispositivos e, por essa razão, não é possível calcular o impacto individual de cada mudança. Dessa forma, ele informou que a Receita Federal não tem dados sobre o efeito isolado da retirada do chamado “risco sacado” do decreto na arrecadação.
“Toda a discussão em torno do decreto, se vale ou não vale, se altera ou não altera o decreto, fez com que as operações ficassem em compasso de espera. A gente tem que esperar mais tempo para avaliar o resultado efetivo da arrecadação”, disse Malaquias.
Relembre a crise do IOF
No 1° relatório bimestral de 2025, publicado em 22 maio , a equipe econômica anunciou o aumento do IOF para cumprir a meta fiscal de 2025.
Por causa da repercussão negativa da medida no mercado financeiro e entre parlamentares, o governo federal fez ajustes no decreto presidencial, a partir de negociações com o Congresso Nacional.
Apesar das mudanças, o Congresso Nacional derrubou o decreto e suspendeu o aumento do IOF. Com a decisão dos congressistas, a AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu ao STF, que mediou uma audiência de conciliação entre o Executivo e o Legislativo.
Em julho, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o retorno da eficácia do decreto que aumentou a alíquota do IOF, mas retirou a vigência do imposto sobre o “risco sacado”.
Moraes esclareceu que não deve haver cobrança retroativa do período de suspensão do decreto do governo sobre o IOF, sob a justificativa que a medida poderia causar insegurança e aumentar disputas entre o governo e as empresas.