As companhias aéreas norte-americanas alertaram nesta terça-feira (12) que seus planos para aumentar a capacidade eram incertos por causa de atrasos na entrega de jatos da Boeing, em meio a uma crise de segurança no setor envolvendo fabricantes de aviões.
A indústria aérea prejudica as expectativas de entregas este ano devido aos problemas da Boeing, complicando seus esforços para atender à demanda recorde de viagens.
A Boeing tem estado sob forte escrutínio regulatório após um angustiante incidente em 5 de janeiro, quando o painel de uma porta se desprendeu abrindo um buraco na fuselagem em um voo, o que levou a investigações sobre os padrões de segurança e qualidade da empresa em seu processo de produção.
“As entregas da Boeing ficarão muito atrasadas este ano”, disse o presidente-executivo da United Airlines, Scott Kirby, em uma conferência organizada pelo JPMorgan, uma semana depois que a companhia aérea anunciou que estava suspendendo a contratação de pilotos por dois meses.
A rival Southwest Airlines disse nesta terça-feira que espera 42% menos entregas de MAX este ano pela Boeing do que o estimado anteriormente, e isso provavelmente resultará em um corte em sua capacidade em 2024.
É a segunda vez que a Southwest reduz a previsão de entregas este ano, após os primeiros atrasos em janeiro.
O primeiro atraso foi anunciado depois que a Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) proibiu a Boeing de aumentar sua produção do 737 MAX sem especificar um cronograma para a retirada dessa restrição.
Os executivos das companhias aéreas manifestaram publicamente seu apoio à Boeing, mas, em particular, têm se sentido frustrados com os problemas que afetam a capacidade de atender a demanda dos clientes.
Carteiras de pedidos expressivas tornam-se difíceis para as transferências aéreas de encomendas para a rival Airbus, o único outro grande fabricante de aviões comerciais no mundo.
A Boeing aconselhou a Southwest a esperar 46 jatos em 2024, que serão a variante MAX 8, abaixo da expectativa anterior de 79 jatos, que incluía a variante menor MAX 7, disse a companhia aérea em um documento nesta terça-feira.
A maior companhia aérea doméstica dos EUA disse que não espera entregas do jato MAX 7, que está atolado em atrasos na certificação, em 2024. Devido à necessidade de reduzir capacidade e “reotimizar cronogramas” para o segundo semestre de 2024, a Southwest terá que cortar os planos de capacidade para o ano inteiro em 1 ponto, disse a companhia aérea.
O Alaska Air Group, operadora do jato 737 MAX 9 envolvido no incidente do começo do ano, também disse que seus planos de capacidade para 2024 ainda estavam mudando devido à crise da Boeing.
O New York Times informou que recentes auditorias da FAA sobre a produção do 737 MAX encontraram vários problemas.
A United abordou a Airbus sobre a compra de mais jatos A321neo para preencher uma lacuna potencial deixada por atrasos na entrega do 737 MAX 10 da Boeing, que deverá ser certificado após o MAX 7.
“É impossível dizer quando o MAX 10 será certificado”, disse Kirby, da United, nesta terça-feira. Ele acrescentou que a companhia aérea não pagará a mais pelos aviões Airbus.
Fonte: CNN