O Bitcoin (BTC) avançou pelo quinto dia consecutivo e renovou sua máxima do ano na tarde desta quarta-feira (28), ainda impulsionado pelos influxos nos ETFs (fundos de índice) spot dos Estados Unidos e a proximidade do halving, evento que corta pela metade a emissão da criptomoeda.
Os novos ETFs à vista de BTC dos EUA, liberados pela Comissão de Valores Mobiliários do país (SEC, na sigla inglês) na segunda semana de janeiro, acumularam mais de 300 mil unidades da cripto (cerca US$ 17 bilhões) até o fechamento da terça-feira (27), segundo dados da empresa de pesquisa K33 Research.
“Estamos vendo evidências de interesse elevado tanto do varejo quanto das instituições que buscam exposição ao ouro digital”, disse Matthew Sigel, chefe de pesquisa de ativos digitais da gestora VanEck, para a Bloomberg. “A história sugere que ralis ainda mais acentuados e violentos estão por vir.”Por volta da 14h10 desta quarta, a criptomoeda opera em alta de +9,40%, a US$ 63 mil, preço que não era visto desde o final de 2021. O maior ativo digital do setor caminha para fechar o mês com valorização de +45%.
“Com esse movimento intenso, os traders ficaram animados com a possibilidade de o Bitcoin romper sua máxima histórica ainda antes do halving. Esse movimento nunca aconteceu antes, mas o choque causado pelos ETFs constitui um fato novo no mercado que pode contribuir para essa façanha”, disse André Franco, head de research do MB.
Previsto para abril, o halving é uma programação na rede do BTC que reduz pela metade a emissão da moeda, garantindo sua característica deflacionária. Hoje, cerca de 900 unidades de BTC são colocadas no mercado todos os dias. A partir de abril, a quantidade será reduzida para 450.
A máxima histórica citada pelo especialista é US$ 69 mil, alcançada em novembro de 2021. O BTC precisaria subir pelo menos +16% para atingir esse patamar.
Altcoins
As altcoins (termo usado para identificar qualquer cripto diferente do Bitcoin) também valorizam hoje. O índice CoinDesk 20 (CD20), que mede o desempenho dos 20 maiores ativos digitais por capitalização de mercado, saltou quase 3% no dia.
O Ethereum (ETH), segundo maior token atrás apenas do BTC, avança +6,10% nesta tarde, impulsionado pelo iminente lançamento de ETFs spot de Ether nos EUA e pela atualização Dencun, prevista para março, que pode ajudar o projeto a competir em termos de escalabilidade.
Franco, do MB, também disse que o avanço do Ether está relacionado com o aumento da adoção de blockchains de segunda camada (layer 2), que empurra o TVL (valor total dos ativos depositados em um protocolo) do Ethereum para perto de US$ 30 bilhões.
A camada 2 refere-se a um conjunto de soluções externas construídas sobre redes de primeira camada, como Bitcoin e Ethereum, com o objetivo de reduzir os gargalos com dimensionamento e dados.
“Dados recentes da L2Beat [um site de análise] indicam um crescimento substancial no TVL das layer-2 do Ethereum, agora em US$ 29,60 bilhões, marcando um aumento de mais de 12,08% apenas na semana passada”, falou Franco.
Em Wall Street, os índices futuros de Nova York operam em baixa, com investidores à espera da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) americano do quarto trimestre. Dow Jones Futuro cai -0,38%, S&P 500 Futuro encolhe -0,47% e Nasdaq Futuro registra queda de -0,65%.
Fonte: InfoMoney