O Tesouro Nacional comunicou nesta quarta-feira (3) que captou US$ 3,25 bilhões com uma emissão de títulos soberanos com prazo de cinco anos e o lançamento de uma nova nota de 30 anos, com vencimentos respectivos em 2030 e 2056, em operação na terça-feira (2) que também permitiu trocas e recompras de papéis.
O resultado mostrou uma captação de US$ 750 milhões com o título global de cinco anos, o GLOBAL 2030, que teve taxa final de retorno ao investidor de 5,2% ao ano.
Para o título de 30 anos, o GLOBAL 2056, que ficou com taxa final de 7,5% ao ano, o Tesouro disse que o volume emitido foi de US$ 2,5 bilhões. Nesse caso, a pasta informou que o valor inclui um montante destinado a financiar a recompra de títulos de prazos mais curtos em aproximadamente US$ 1,746 bilhão.
Junto com a venda dos dois títulos, investidores foram autorizados a trocar títulos a vencer em 2037, 2041, 2045, 2047, 2050 e 2054 pelo papel com vencimento em 2056. Outra opção era a recompra desses mesmos títulos pelo governo.
Segundo o Tesouro, o papel de cinco anos teve a menor diferença da história entre o rendimento de títulos do Tesouro dos Estados Unidos e os do Brasil com esse prazo de vencimento. Para o título de 30 anos, foi o menor prêmio de risco observado desde 2014.
“Os títulos foram emitidos com taxas próximas às de países com grau de investimento e atraíram interesse significativo de investidores”, informou a pasta, ressaltando que a demanda pelos papéis superou em cerca de 2,6 vezes o volume emitido, com o livro de ordens atingindo US$4,5 bilhões em seu pico.
A compra dos títulos foi feita majoritariamente por investidores estrangeiros, com 90% oriundos da Europa e da América do Norte.
Na terça, a secretaria havia afirmado em nota que “o sucesso da operação reabre o mercado servindo de referência para as emissões corporativas e reflete a confiança dos investidores na política econômica e no crédito brasileiro”.
O Tesouro disse ainda que a operação “reforça a histórica e forte integração do mercado brasileiro com o mercado norte-americano no que tange a gestão da dívida pública”.
A operação foi liderada pelos bancos Bank of America, Itau BBA USA e J.P. Morgan.
Esta foi a terceira emissão externa do Tesouro neste ano. As duas operações anteriores, feitas em fevereiro e junho, somaram US$ 5,25 bilhões.
Em julho, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, havia informado à Reuters que o governo brasileiro voltaria a fazer emissões de títulos da dívida brasileira no mercado externo ainda neste ano após captações bem-sucedidas no primeiro semestre.