A deterioração das expectativas de inflação e a piora da percepção sobre a política fiscal brasileira fez com que o BTG Pactual elevasse sua projeção para o dólar de R$ 5,80 para R$ 6,25 em 2025.
Além disso, se uma piora do cenário se concretizar, a moeda americana pode chegar ao patamar de R$ 7, ainda no ano que vem, na avaliação do banco.
Ações que contornem o orçamento, intensifiquem mecanismos parafiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial, são citados como os principais fatores que poderiam acentuar a valorização da divisa norte-americana frente ao real.
A revisão feita pelo BTG reflete, principalmente, o aumento das preocupações do mercado quanto à sustentabilidade da dívida pública no longo prazo e à condução da política econômica nos próximos trimestres.
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Nas contas da instituição, menos de 30% da depreciação cambial pode ser explicada por fatores externos, que levaram ao fortalecimento do dólar globalmente.
O dado se comprova quando é observado o desempenho do real frente aos pares internacionais.
Nesse contexto, a moeda brasileira se destaca negativamente – foi a que mais se depreciou entre as divisas de países pares emergentes e/ou exportadores de commodities, com exceção do peso argentino.
Com piora das projeções para o dólar, a pressão sobre Banco Central (BC) pode aumentar ainda mais, uma vez que o dólar caro contribui para o aumento da inflação.
No combate contra a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) acelerou a alta dos juros com a decisão de aumentar a Selic em 1 ponto nesta quarta-feira (11), para o patamar de 12,25% ao ano.
Este foi o maior aperto monetário desde fevereiro de 2022, quando os juros subiram 1,5 ponto.