A carta que a U.S. Chamber of Commerce prepara para ser entregue ainda nesta semana ao governo dos Estados Unidos alertará a Casa Branca de que o tarifaço contra o Brasil poderá prejudicar as empresas americanas que importam ao país, bem como apontará riscos de retaliação para outras 4 mil empresas dos EUA que operam no país.
Nesse sentido, o documento pedirá a não aplicação do tarifaço e que o governo americano concentre seus esforços na chamada investigação 301.
A apuração foi anunciada na semana passada pelo escritório do USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos), que vai investigar supostas práticas comerciais “desleais” do Brasil.
Por exemplo, questões relacionadas ao comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas injustas e preferenciais, fiscalização anticorrupção, proteção da propriedade intelectual e desmatamento ilegal.
A carta se insere dentro de uma ofensiva do setor privado para tentar convencer Trump a rever o tarifaço.
Ainda está em debate se as empresas americanas que atuam no Brasil assinarão o documento. A dúvida é se isso reforçará ou fragilizará o pedido.
Em outra frente, o setor privado americano começa a fazer sugestões sobre possíveis temas de convergência entre os dois países, como minerais críticos.
Segundo apuração, na manhã desta sexta-feira foi apresentado a Alckmin um plano de ação conjunto nessa área.
A avaliação é de que, embora empresas estejam acionando a Justiça americana para obrigar Trump a não aplicar o tarifaço, são remotas as chances de que haja uma decisão até o dia 1º de agosto.
Os relatos que chegam às empresas sobre a via judicial indicam que elas devem esperar pelo menos dois meses até que haja uma decisão. Esse foi o prazo médio que as ações relacionadas ao “Dia da Libertação”, em 2 de abril, levaram para serem julgadas.
Até houve vitórias na primeira instância, mas, quase imediatamente, o tribunal de apelações suspendeu as decisões.