A safra de soja do Brasil 2024/25 foi estimada nesta terça-feira (15) em 166,0 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu primeiro levantamento para a temporada, projetando crescimento de 12,7% frente à safra anterior marcada por uma quebra em função do clima adverso.
A expectativa é de aumento de 2,8% na área plantada com a oleaginosa, para 47,3 milhões de hectares, principalmente em áreas de pastagem degradadas e na troca do cultivo do milho devido à maior rentabilidade atual da soja.
“No entanto, o percentual de crescimento de área da oleaginosa está arrefecido nesta safra, sendo este o terceiro menor percentual de incremento registrado desde o ciclo 2009/2010”, pontuou a Conab.
O plantio da soja no Brasil está atrasado neste ano, com os produtores à espera do início das chuvas, sobretudo nos Estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso. Por ora, os trabalhos estão mais adiantados no Paraná.
“São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia também já começaram o semeio da oleaginosa, porém restrita às áreas irrigadas por pivô central”, disse a Conab.
A produtividade da soja deve avançar 9,6%, para 3.508 kg/ha, conforme o levantamento.
Já para o milho, a estatal estimou a produção total do Brasil em 119,73 milhões de toneladas, crescimento de 3,5% frente ao ciclo anterior, também desfavorecido pelo clima.
A área plantada com o cereal, somando as três safras, foi prevista em 21 milhões de hectares, estável frente à temporada passada.
Para a safra total de grãos e oleaginosas do Brasil, a previsão é de 322,47 milhões de toneladas, volume 8,3% maior que o de 2023/24, “estabelecendo um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme ao final do ano agrícola”.
Exportações
Em relatório nesta terça-feira, a Conab apontou que as exportações da soja devem crescer para 105,5 milhões de toneladas em 2025, contra 92,43 milhões em 2024, “com base no aumento da produção e da demanda mundial, especialmente da China”.
Já os embarques do milho estão projetados em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/25, abaixo das 36 milhões de toneladas estimadas para a safra anterior, enquanto a demanda interna pelo grão deverá se manter aquecida devido “ao bom desempenho do mercado exportador de proteína animal e pela produção de etanol”.