A indústria brasileira de biocombustíveis apresentou nesta sexta-feira (14), durante a COP30, a Carta de Belém, que propõe uma ação global coordenada para quadruplicar a produção e o consumo de combustíveis sustentáveis até 2035.
O documento, que está em linha com as diretrizes da Agência Internacional de Energia (IEA), destaca o caso do Brasil como exemplo. Após 50 anos de experiência com políticas como o Proálcool e o RenovaBio, nosso país possui uma das matrizes energéticas mais limpas entre as grandes economias, com 29% de bioenergia e 20% de outras fontes renováveis.
A carta é assinada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira de Bioenergia (Bioenergia Brasil), Instituto Mobilidade de Baixo Carbono Brasil (Instituto MBCBrasil) e União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).
“O etanol é uma tecnologia comprovada, escalável e integrada às cadeias produtivas. O Brasil mostrou que é possível descarbonizar enquanto se gera emprego e competitividade”, disse Evandro Gussi, presidente da Unica, em comunicado. “A Carta de Belém traduz esse aprendizado em diretrizes para que outros países possam avançar com segurança e velocidade.”
O texto afirma que a combinação entre híbridos flexfuel, etanol, biometano e eletricidade representa a possibilidade mais rápida de redução das emissões na frota leve de veículos, especialmente em países com forte base agrícola e infraestrutura de recarga limitada.
A Carta de Belém estima que a transição vai exigir de US$ 29 a 30 trilhões até 2030 e defende que cerca de US$ 1,3 trilhão sejam direcionados a combustíveis sustentáveis em países em desenvolvimento.
O texto apoia o Compromisso de Belém 4x, que também foi tema de discussão entre os países nesta sexta na COP30.

