Para alavancar o Plano Safra, o governo vai recorrer ao aumento da oferta de recursos para financiamento rural. Assim, o total oferecido ao setor será de R$ 581 bilhões. É o maior volume de recursos já oferecido ao setor.
A alternativa estava em discussão com representantes do agronegócio, que pediram R$ 570 bilhões ao governo.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse à CNN que serão R$ 475,5 bilhões divididos da seguinte forma: R$ 400,6 bi destinados à agricultura empresarial (sendo R$ 293,9 bilhões para custeio e comercialização e R$ 106,7 bilhões investimentos).
Para a agricultura familiar, serão destinados R$ 75 bilhões em créditos.
Além disso, foi definido um acréscimo ao Plano Safra: R$106 bilhões captados em recursos de Letras de Crédito Agrícolas (LCA) para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPRs), que permitem o financiamento de venda antecipada da safra.
Integrantes da equipe econômica haviam indicado que as demandas do setor não seriam totalmente aprovadas.
Segundo interlocutores, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu empenho dos equipe para fazer “o maior Plano Safra da História”.
Lula queria chegar a R$630 bilhões em créditos para o setor, o que não foi possível por conta da situação fiscal.
O presidente tem enfrentado desgaste com o setor e quer usar o Plano Safra para se aproximar.
Nas últimas semanas, a ofensiva do agro ganhou fôlego com a crise gerada pelo leilão do arroz e pelas discordâncias com o planalto em relação à Medida Provisória (MP) do PIS/Cofins.
O petista também foi criticado após decidir adiar o anúncio do Plano Safra, que era inicialmente previsto para a semana passada.
A nova previsão é de que o Plano Safra seja anunciado na próxima terça-feira (3), em evento marcado para 15h, no Palácio do Planalto.