O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, em coletiva nesta segunda-feira (17), que o Desenrola, novo programa de renegociações de dívidas do governo, tem potencial para levar à renegociação de dívidas de brasileiros de baixa renda que somam, pelo menos, R$ 30 bilhões reais atualmente.
A conta diz respeito à segunda fase do programa, que irá começar em setembro permitindo a renegociação de dívidas de diversas naturezas, com valores de até R$ 5.000, para pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos.
Nesta etapa, o Tesouro Nacional irá usar recursos próprios para avalizar parte das dívidas que forem renegociadas pelo programa. Ou seja, o Tesouro se compromete a pagar o débito renegociado do cliente caso ele não pague.
“Estimamos em torno de R$ 7,5 bilhões [em recursos reservados do Tesouro Nacional] só de aval, o que pode significar o cancelamento de dívidas em um valor quatro vezes maior do que isso. Essa é a estimativa preliminar do programa”, disse Haddad.
“Podemos estar falando, então, no cancelamento de dívidas da ordem de R$ 30 bilhões para a população de baixa renda. Sem considerar a faixa 2 [do programa], de [renda mensal de] até R$ 20 mil.”
A primeira fase do Desenrola, programa de renegociações de dívidas do governo federal, voltado para quem tem dívidas com bancos e instituições financeiras, começou nesta segunda-feira (17).
Já passou a valer, também, a regra do programa que prevê que os bancos retirem da lista de negativados os nomes de devedores pessoa física com pendências de até R$ 100.
Em setembro, com o lançamento da segunda fase, o Desenrola passará a contemplar mais tipos de dívidas, com o foco em pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos.
É esta segunda fase que terá o aval do Tesouro como garantia nas renegociações e a que Haddad se referiu.