O estoque da dívida pública federal passou de R$ 8,122 trilhões em setembro para R$ 8,253 trilhões em outubro. Um aumento de 1,62% na comparação, segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27).
A DPMFi (Dívida Pública Mobiliária Federal interna) teve seu estoque ampliado em 1,64%, ao passar de R$ 7,82 bilhões para R$ 7,948 trilhões, devido à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 85,23 bilhões, e à emissão líquida, no valor de R$ 41,38 bilhões.
Com relação ao estoque da DPFe (Dívida Pública Federal externa), houve variação positiva de 1,17% sobre o estoque apurado em setembro, encerrando o mês de outubro em R$ 305,06 bilhões (US$ 56,66 bilhões), sendo R$ 254,93 bilhões (US$ 47,35 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 50,13 bilhões (US$ 9,31 bilhões) relativos à dívida contratual.
O colchão de liquidez, usado para garantir o pagamento da dívida, subiu 1,5% em outubro, passando de R$ 1,032 trilhão para R$ 1,047 trilhão, segundo o Tesouro. Hoje esse volume é suficiente para cobrir 8,81 meses de vencimentos da DPMFi, incluindo principal e juros.
A trajetória da dívida pública importa porque define quanto o governo precisa gastar para se financiar e qual o espaço disponível para políticas públicas.
Quando o estoque cresce mais rápido, aumenta o custo com juros, pressionando o orçamento e influenciando decisões sobre gastos, investimentos e até impostos.
O perfil da dívida também é importante para entender a percepção de risco do país, o custo de financiamento da economia e a capacidade do Tesouro de administrar choques de mercado. É um ponto essencial para que as agências de risco dêem boas avaliações para empresas estrangeiras investirem no país.
Perfil da dívida: mais pós-fixados e recuo dos prefixados
A composição da dívida mostra avanço dos papéis atrelados à taxa flutuante, que subiram de 47,47% para 48,19% do estoque. Já os títulos prefixados recuaram de 22,02% para 21,44%, enquanto os indexados à inflação passaram de 26,81% para 26,68%
A participação da DPMFi no total da dívida permaneceu praticamente estável, em 96,3%.
Quem detém a dívida
O estoque dos principais grupos ficou assim em outubro:
- Instituições financeiras: R$ 2,56 trilhões (32,21%);
- Previdência: R$ 1,83 trilhão (22,97%);
- Fundos de investimento: R$ 1,68 trilhão (21,21%);
- Não residentes: R$ 831 bilhões (10,46%), com forte peso em prefixados — 73,3% da carteira desse grupo.
Vencimentos recuam e propensão ao risco diminui
A parcela da dívida a vencer em até 12 meses caiu de 18,63% para 17,75%, melhorando o perfil de risco.
Na DPMFi, os vencimentos próximos também diminuíram: de 18,96% para 18,04%. Os papéis prefixados respondem por 41% desse volume, enquanto os atrelados à taxa flutuante representam 34,08%.
Na dívida externa, o percentual que ainda vai vencer em 12 meses caiu ligeiramente, para 10,2%.
Prazo e custo da dívida
O prazo médio da DPF passou de 4,16 para 4,14 anos, com leve redução também na dívida interna. A vida média (ATM) ficou em 5,95 anos, praticamente estável em relação ao mês anterior.
O custo médio acumulado em 12 meses da dívida pública recuou de 12,00% para 11,90% ao ano.
Já o custo da dívida interna subiu de 12,32% para 12,45%, enquanto o da dívida externa caiu para –0,78%, refletindo a valorização do real em outubro.
Emissões: mais LFT e LTN, Tesouro Direto em alta
As emissões de títulos somaram R$ 162,75 bilhões, das quais:
- R$ 79,12 bilhões em prefixados;
- R$ 74,41 bilhões em pós-fixados (Tesouro Selic);
- R$ 9,02 bilhões indexados à inflação.
As vendas via Tesouro Direto somaram R$ 7,17 bilhões, com destaque para o Tesouro Selic, que respondeu por 48,1% da demanda. O estoque do programa avançou para R$ 200,97 bilhões, alta de 2,88% no mês.

