O dólar renovou máximas ante o real na tarde desta quinta-feira (1º) e se mantém acima dos R$ 5,70, com as cotações acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em um dia de aversão generalizada a ativos de maior risco.
Às 15h10, o dólar à vista subia 1,3%, a R$ 5,72 na venda, após ter atingido a máxima R$ de 5,73. Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,30%, a R$ 5,74 na venda.
No mesmo horário, o Ibovespa se aproximava da estabilidade, subindo 0,03%, a 127,7 mil pontos, em meio a um exterior favorável, enquanto a temporada de balanços destacava os números da Ambev, cuja ação avançava mais de 2% após a fabricante de bebidas mostrar um resultado operacional acima do esperado.
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O aumento das preocupações com o cenário geopolítico, após o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, ser assassinado na véspera em Teerã, capital do Irã, dava força ao dólar ante as demais divisas globais.
O movimento também encontrava suporte em dados decepcionantes do setor industrial chinês, um dos maiores compradores de commodities do mundo.
No Brasil
Na sessão desta quinta-feira, agentes financeiros seguem avaliando decisões de bancos centrais na quarta-feira, em busca de sinais sobre a trajetória futura dos juros e o impacto sobre os ativos brasileiros.
O Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, e pediu cautela “ainda maior” na política monetária, avaliando também que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem impactado preços de ativos e expectativas de mercado.
A decisão pela manutenção era esperada por economistas, que seguem incertos, por outro lado, sobre o que o Comitê de Política Monetária (Copom) fará com a taxa básica de juros nos próximos meses, o que contribuía para pressionar o dólar.
“O BC tem agido com bastante cautela principalmente por conta da alta volatilidade causada por medo do mercado de uma posição leniente com a inflação”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
No cenário externo
O Federal Reserve também manteve sua taxa de juros inalterada, mas abriu a porta para reduzir os custos dos empréstimos já na próxima reunião de política monetária, em setembro, conforme a inflação continua a se alinhar com a meta de 2% do banco central dos EUA.
“Lá fora o resultado (também) veio dentro do esperado, a parte mais relevante foi o discurso do (chair Jerome) Powell trazendo ancoragem de expectativas com um corte para setembro, que já havia sido precificado anteriormente, mas já havia analistas jogando o corte para novembro”, completou Massote.
Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo quando os rendimentos dos Treasuries caem.
Com isso, o dólar tinha tendência de baixa contra a maioria das moedas emergentes, recuando ante o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,26%, a 104,320.
Ainda na quarta-feira, a disputa entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês deu impulso às cotações no Brasil.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.
Fonte: CNN.