Após um mês do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, Minas Gerais registrou uma queda de 50% nas exportações aos Estados Unidos, segundo levantamento do Centro Internacional de Negócios da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).
Entre julho e agosto, as vendas mineiras aos norte-americanos caíram de US$ 431,67 milhões a US$ 213,94 milhões.
Ademais, pela primeira vez desde 2018, Minas registrou um déficit com os EUA, de US$ 21 milhões no período. Diferentemente do Brasil como um todo, tradicionalmente, o estado mantém um superavit com os norte-americanos, ou seja, exportando mais do que importa deles.
A Federação destaca o impacto sobre produtos tradicionais da pauta exportadora mineira, como o café – que foi atingido pela tarifa de 50% – e o ferro-gusa – que conseguiu se safar e ficar com a alíquota mais baixa de 10%.
Em relação a julho, os embarques de ferro-gusa recuaram 73,62%; enquanto os de café, 17,05%.
“Esse impacto tende a se acentuar um pouco mais pois o mercado internacional ainda está se acomodando às novas taxas. Além disso, fatores como os que permitiram a antecipação de embarque de alguns produtos para antes de 6 de agosto não devem se repetir se mantidas as condições atuais das tarifas impostas sobre as exportações brasileiras”, afirma Verônica Winter, coordenadora de Facilitação de Negócios Internacionais da Fiemg.
Um sintoma do tarifaço, mas na direção oposta, foi a alta de 316,19% nas vendas de transformadores, conversores estáticos e bobinas de reatância ou indução aos EUA.
“Isso acontece porque a Ordem Executiva da Casa Branca, publicada em 30 de julho, permitiu que mercadorias embarcadas antes de 6 de agosto e desembarcadas nos EUA até 5 de outubro fossem taxadas ainda pela alíquota anterior de 10%, e não pela tarifa majorada de 50%”, explica Winter, destacando que o movimento não representa um crescimento sustentável do setor, mas apenas a antecipação de cargas.