O governo federal acredita que pode viabilizar na reunião entre os presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, que deve acontecer no próximo domingo (26), na Malásia, a isenção do café à tarifa adicional de 40% estabelecida contra produtos brasileiros.
Segundo apuração, o governo trabalha “dois caminhos” para este objetivo: o primeiro é a solicitação já feita à Casa Branca de que a tarifa adicional seja suspensa para todos os produtos ao longo das negociações; e a segunda, a inclusão do café no rol de itens poupados das taxas — o chamado Anexo II.
Enquanto a primeira solicitação já foi formalizada a Marco Rubio, secretário de Estado americano, a segunda aguarda devolutiva dos EUA para evoluir. A ideia seria pedir a isenção para o café e outros dos ítens mais importantes da pauta de exportação, como as carnes. Recentemente a Casa Branca incluiu a celulose e tipos de madeira no Anexo II.
Em encontros com o setor de café nos últimos dias, contudo, membros do governo sinalizam que o produto está no topo lista de prioridades.
A avaliação é de que a situação do café é mais simples, por exemplo, que a das carnes. Os EUA têm produção ínfima de café, no Havaí — não é o caso da proteína bovina, e Trump convive com o lobby de pecuaristas para a manutenção das taxas.
A gestão federal mantém nos últimos dias contatos com contrapartes dos Estados Unidos a fim de “mastigar” os temas que serão discutidos entre Lula e Trump.
Os ministérios de Relações Exteriores e Indústria e Comércio concentram os trabalhos, mas outras pastas como Fazenda e Agricultura também participam. Os contatos preparatórios se dão junto a membros do Departamento de Estado, da Secretaria de Comércio e do USTR (United States Trade Representative).
De acordo com fontes, aparece no topo da lista de parcerias estratégicas a serem discutidas com os Estados Unidos, a fim de abrir espaço para a revisão do tarifaço de 50%, a exploração de terras raras — minerais essenciais para tecnologias do futuro e abundantes no Brasil.