A Unipar, do empresário Frank Abubakir, avalia que sua proposta de compra do controle da petroquímica Braskem será aceita pela Novonor (ex-Odebrecht) e pela Petrobras. Ambas são acionistas e detêm 74% do capital total da empresa.
Dados internos da companhia mostram que a oferta -de R$ 35 por ação- é superior em 40% à oferta apresentada pela Adnoc, estatal dos Emirados Árabes Unidos, e o fundo Apollo.
Os números já consideram os possíveis descontos dos bancos credores -Santander, BB, BNDES e Bradesco.
No passado, para se reerguer dos impactos da Lava Jato, a Odebrecht empenhou suas ações da Braskem em empréstimos bancários que somaram R$ 14 bilhões.
Pelo acordo, os bancos devem dar um desconto nesse valor, receber uma parte em dinheiro e outra em ações da companhia, que, nesse cenário, seria controlada pela Unipar.
A empresa também buscará financiamentos junto aos mesmos bancos credores da Novonor -o que, segundo relatos, torna o negócio atrativo para essas instituições.
A proposta da Unipar só não leva em conta a indenização a ser paga ao estado de Alagoas pelo afundamento do solo em um bairro da capital Maceió, resultado de uma exploração de minério pela empresa.
Ainda segundo os negociadores, hoje o governo estadual pleiteia a mesma quantia a ser paga à prefeitura pelos danos causados. Isso deve custar R$ 2 bilhões, o dobro do que inicialmente foi acertado.
A Unipar não tem dívidas. Sua receita líquida foi de R$ 7,3 bilhões, em 2022, e o lucro líquido de R$ 1,3 bilhão.