O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (24) que a inflação de 2025 pode surpreender positivamente, impulsionada por fatores como a safra agrícola, o câmbio e as questões geopolíticas, o que poderia dar mais espaço para o Banco Central flexibilizar a política monetária.
Em evento promovido pelo Valor Econômico, Haddad comentou que o dólar no Brasil já começou a se acomodar em um patamar mais “condizente” com as taxas observadas em outros países, o que, segundo ele, pode ajudar a estabilizar a economia brasileira.
O ministro também se mostrou otimista quanto à possibilidade de o Brasil enfrentar uma inflação menor do que o esperado. Ele citou como exemplo a inesperada redução de juros por parte do Fed (Banco Central dos EUA), que, ao invés de cortar 150 pontos como se especulava, reduziu apenas 50 pontos em março do ano passado, o que gerou uma desorganização nas projeções globais.
“Não acredito que a má surpresa do ano passado se repetirá no Brasil. Podemos enfrentar outros tipos de desafios, mas acho que teremos um desempenho melhor em 2025”, afirmou Haddad.
Sobre o Copom (Comitê de Política Monetária) e a taxa de juros, o ministro indicou que existe a possibilidade de uma margem maior para manobras do Banco Central. “Eu vejo razão para otimismo, e isso pode abrir uma margem um pouco maior do que o previsto para ajustes na taxa”, completou.
As declarações do ministro indicam uma perspectiva mais tranquila para a política econômica do país, mesmo em um cenário global incerto.