O Ibovespa hesitava nos primeiros negócios desta segunda-feira (15), após marcar dez altas seguidas, em meio ao avanço dos futuros dos índices acionários norte-americanos e recuo modesto nos preços do petróleo no mercado internacional.
Às 10h30, o Ibovespa tinha variação positiva de 0,02%, a 128.923,03 pontos. O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 14 de agosto, mostrava acréscimo de 0,07%.
Já o dólar tinha uma ligeira alta frente ao real, abrindo uma semana em que os mercados globais analisam as consequências da tentativa de assassinato do candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim de semana para o resultado da disputa eleitoral norte-americana e para os ativos.
No mesmo horário, o dólar à vista subia 0,61%, a R$ 5,4612 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,15% a R$ 5,452.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4308 na venda, em baixa de 0,20%.
O ex-presidente dos EUA foi alvo de um ataque a tiros durante um comício em Butler, no Estado da Pensilvânia. Ele foi ferido em uma orelha por uma bala que o atingiu de raspão e levado para fora do palco por agentes do Serviço Secreto logo em seguida.
Após o ataque, os investidores elevaram as apostas em uma vitória de Trump na disputa presidencial. Essa expectativa fortaleceu o dólar em um primeiro momento, pois os investidores calcularam que isso levaria a uma política fiscal mais frouxa e a tarifas comerciais adicionais em um novo mandato do republicano.
Mas os ganhos da moeda norte-americana duraram pouco, com o mercado também focado na perspectiva da política monetária do Federal Reserve, uma vez que os analistas esperam um corte de 25 pontos-base nos juros em setembro após resultados melhores que o esperado para a inflação ao consumidor na semana passada.
Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,11%, a 104,170
“Exterior tende a ditar o câmbio nessa semana”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
“Em relação ao atentado, o reflexo projetado pelo mercado é que, diante do ocorrido, aumentam naturalmente as chances de vitória de Trump, o que eleva um pouco o risco fiscal”, acrescentou.
No cenário nacional, especialistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus reduziram a expectativa para a alta do IPCA ao término deste ano, após nove semanas consecutivas de aumentos nas projeções.
O índice de preços ao consumidor agora é visto fechando o ano com alta de 4,00%, ante 4,02% na semana anterior. Para 2025, no entanto, houve aumento da expectativa do IPCA, a 3,90%, de 3,88% há uma semana.
Os analistas também elevaram a projeção para a taxa de câmbio ao fim deste ano, agora em 5,22 reais, de 5,20 reais na semana anterior.
Os entrevistados têm subido suas expectativas para a divisa norte-americana em meio ao aumento das preocupações do mercado com o ajuste das contas públicas brasileiras e com a política monetária local, o que levou o dólar a tocar 5,70 reais há duas semanas.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.