O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, renovando máximas históricas e testando o patamar dos 146 mil pontos pela primeira vez, após o banco central dos Estados Unidos confirmar expectativas e cortar os juros da maior economia do mundo, bem como sinalizar mais reduções neste ano.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,06%, a 145.593,63 pontos, novo recorde para o fechamento, chegando a 146.330,9 pontos no melhor momento da sessão, renovando o topo histórico intradia. Na mínima, marcou 143.910,14 pontos.
O volume financeiro melhorou em relação aos últimos pregões e somou R$45,22 bilhões, inflado também pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa nesta sessão.
O Federal Reserve cortou os juros básicos da maior economia do mundo em 0,25 ponto percentual, a primeira redução desde dezembro, levando a taxa para o intervalo de 4% a 4,25%. Projeções de autoridades do BC norte-americano também apontaram uma redução total de mais 0,50 ponto neste ano.
Apenas o novo diretor Stephen Miran, que entrou para o Fed na terça-feira indicado pela Casa Branca, divergiu a favor de um corte de 0,50 ponto nesta quarta.
Em coletiva à imprensa, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou que alguns dos cenários inflacionários mais negativos enfrentados pela economia perderam força, enquanto destacou que a autoridade está em uma “situação de reunião a reunião” com relação às perspectivas para a taxa de juros.
“O corte era amplamente esperado e os agentes aguardavam os sinais que viriam na comunicação. Esses sinais foram na linha mais ‘dovish’, como a antecipação de mais cortes para este ano — apoiado pela maioria dos membros”, avaliaram economistas do Bradesco, conforme relatório a clientes.
“O Fed está se movendo rumo à taxa neutra de juro, ainda que de maneira relativamente gradual, por ora”, observaram, acrescentando que a nova sinalização do Fed aumentou a probabilidade de dois cortes de juros neste ano.
Investidores da bolsa paulista agora voltam as atenções para o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, que, conforme previsões no mercado, deve manter a Selic em 15% ao ano. Assim, o foco também se volta para o comunicado e eventuais sinais sobre os próximos passos.